Em 1945, por exemplo, o número da nados vivos atingiu 209 000, ultrapassando 212 000 em 1949, o mais alto registado até agora. O número de 1953 foi sensivelmente igual ao de dez anos antes (1944), apesar do grande aumento da população, que atingiu 575 000 almas entre aqueles anos.
No caso da mortalidade o progresso foi importante, sobretudo a partir de 1946. Neste ano a taxa ainda andava à roda de 15 e baixou para 11,30 em 1953. Deve ter influído na considerável redução o uso, em escala cada vez maior, dos antibióticos.
É um mal este lento decréscimo na natalidade. Se forem examinados os números relativos a outros anos, notar-se-á que a progressão na baixa é contínua. Apenas dois ou três distritos mantêm a posição.
No quadro seguinte dão-se, por distritos, as taxas da natalidade e mortalidade.
No que se refere à mortalidade há alguns distritos francamente desoladores, em que a taxa ainda é superior a 13, como os de Braga, Bragança, Porto, Vila Real, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada.
Há outros em a que a taxa já desceu abaixo de 10, o que parece satisfatório. Beja, Castelo Branco, Évora, Leiria, Portalegre, Santarém e Setúbal ocupam os primeiros lugares. Em Setúbal a taxa da mortalidade é inferior a 8, o que é notável.
As taxas da mortalidade global e infantil (crianças de menos de l ano) são as que seguem:
Não parece ser tão grande o progresso realizado na mortalidade infantil como na de adultos. Dada a posição dos saldos fisiológicos nos últimos anos, como consequência da forte emigração, é necessário intensificar cada vez mais a defesa da natalidade e acentuar esforços no sentido de reduzir a mortalidade infantil.
A emigração e os saldos fisiológicos
Além disso o saldo fisiológico foi menor em 1952 por motivo de agravamento da taxa da natalidade, como se viu acima.
Se não fora a diferença para menos na emigração de umas 7300 pessoas, o saldo líquido seria inferior no de 1952.
No quadro seguinte resumem-se os números:
Os números na última coluna não levam em conta as migrações dentro da comunidade, quer dizer: não se considera, o saldo da corrente anidra migratória para o ultramar. Se ele tivesse sido considerado, os saldos líquidos ainda seriam muito inferiores. A diferença entre as saídas e entradas, em 1953. andou roda de 11 300.
O problema tem assim aspectos que convém observar e devem procurar-se remédios para atenuar o actual estado de coisas.
A emigração, em si mesma, não é um mal quando as condições internas não permitem nível de vida adequado a parte da população.
Mas os seus efeitos sobre as idades e o crescimento normal da população podem trazer graves inconvenientes à economia e bem-estar internos.