por falta de comunicações, é um grande erro político, económico e social.
O parecer das Contas de 1952 já exprimiu um modo de pensar aplicável neste aspecto da vida pública.
O exame do programa rodoviário executado no período de 1946-1953 mostra que os princípios expressos no parecer de 1952 não foram seguidos. Tendo sido gastos l 642 320 contos no continente, em conservação, reparação e construção de estradas, apenas se construíram 762 km de novas vias, e, embora não estejam presentes os números relativos à sua extensão por distritos, as importâncias gastas mostram faltas substanciais nalguns, já com atrasos dolorosos nesta matéria.
Custo das obras
Oferecem-se à apreciação da Assembleia Nacional os números que constam do quadro adiante transcrito, mais como indicação geral das obras realizadas no período de 1946-1953 do que de normalidade de custo, que só poderia ser apreciada com o exame pormenorizado dos projectos - e não cabo esse aspecto neste parecer.
As obras indicadas referem-se a construção de novas estradas, a variantes em vias já existentes e a alterações nas próprias vias.
Nos mapas parece haver discrepância sobre o total de quilómetros construídos, avaliados acima pela diferença entre o que estava construído em 1946 (16 200 km) e em 1953 (16 962 km).
O exame dos elementos relativos ao custo das obras mostra, que a extensão realmente construída no período 1946-1953 soma 1 182 203 m, que não coincide com a indicada. A explicação da anomalia reside no facto de que muitas obras .se referem a 2.as fases no mesmo lanço. Assim, o aumento efectivo da rede de estradas aproxima-se dos números anteriores. E um pouco inferior a 8OO km, dos quais parte importante são terraplenagens, como se viu.
Há-de notar-se que pela verba de construção se executaram obras nas estradas, como variantes, travessias do povoações, passagens de nível e outras. Não é.possível, do exame dos números, determinar, até com aproximação, o que competiu a estes trabalhos de melhoria nas estradas que já existem. É com certeza de lamentar que os aperfeiçoamentos realizados nos últimos anos concorram para impedir novos traçados, alguns absolutamente essenciais.
Os problemas que a intensificação do tráfego levanta, no que respeita às vias actuais, necessitam de ser estudados em conjunto pela Direcção-Geral de Transportes Terrestres e Junta Autónoma de Estradas, visto o peso e outras características dos veículos influírem muito na despesa da última. Talvez seja possível economizar nestes aspectos do problema das estradas.
O quadro seguinte dá o custo das principais obras.
Construção de estradas
Custo das principais obras ( superiores a 1000 contos)