O acréscimo de despesa em relação a 1930-1931 foi da ordem dos 335 000 contos, ou 2,7 vezes mais o que se situa no índice do nível de preços.

Uma primeira vista das cifras indica ter havido aumento em todas as dotações, com excepção do ensino superior e da saúde escolar. Adiante se explicarão as causas dos decréscimos.

No ensino primário o aumento atingiu mais de 18 560 contos e no ensino técnico aproximou-se de 4000.

No conjunto da despesa o aumento foi superior a 20 000 contos, e, se esse aumento for relacionado com o período anterior à guerra, ele atinge mais de 320 000 coutos, u que representa um esforço digno de nota Na Secretaria-Geral algumas verbas fórum reforçadas, mus o acréscimo total foi sem expressão.

As quantias mais importantes dizem respeito a subsídios.

A Mocidade Portuguesa e a Obra das Mães consumiram, respectivamente, 12 000 e 55OO contos, um aumento de 1910 contos no primeiro caso e de 500 contos no segundo, em relação a 1952.

Os subsídios de maior relevo são os seguintes:

Contos

Escola Prática de Agricultura (subsídio)........485

Gratificações, ajudas de custo, etc............3110

E pena que a dotação das cantinas escolares diminua cm vez de aumentar. Deveria fazer-se esforço sério no sentido de auxiliar as crianças pobres, não apenas no que diz respeito ao fornecimento de utensílios escolares a livros, ou até roupas, mas principalmente no que se refere a alimentação.

Um dos grandes males do regime alimentar português reside nas deficiências de nutrição das crianças e a escola pode ser, sem dúvida, um dos instrumentos de melhoria nossa alimentação.

Os problemas que derivam do fornecimento gratuito ou a preço quase estatístico do leite, por exemplo, a crianças que tanto dele necessitam, não são fáceis e precisam de ser estudados convenientemente. Mas têm sido resolvidos noutros países com bons resultados, e não se vê motivo para que, com auxílio das cantinas escolares, se não intensifique a prática de melhorar o estado geral da criança no que diz respeito a alimentação. A dotação do Instituto de Alta Cultura foi reforçada para 12 313 contos.

A despesa somava 2813 contos em 1938. Houve, assim, um aumento da ordem dos 400 por cento.

Em relação a 1952 verificam-se maiores valias nos diversos subsídios, que passaram de 3038 contos para 6976.

A diferença para mais nos subsídios deve-se principalmente ao reforço da verba para estudos sobre energia atómica, que subiu de 581 contos em 1952 para 3720 em 1953.

Já se legislou no sentido de criar um organismo especial destinado a concentrar os estudos, e esperam-se realizações sobre este importante aspecto da vida económica de próximo futuro.

São conhecidas as opiniões do parecer das Coutas sobre esta matéria, devidamente assinaladas anteriormente. A influência que a energia atómica poderá vir a ter na economia mundial pode bem ser equivalente ou ultrapassar a extraordinária revolução que se operou com o desenvolvimento da energia térmica e eléctrica.

Infelizmente nunca será possível, para investigações e estudos, dispor das verbas necessárias, dada a sua ordem de grandeza.

Teremos de nos limitar a aproveitar os progressos realizados na matéria por outros países melhor dotados de meios financeiros e de investigação. Contudo, parece ser de grande vantagem proceder à prospecção sistemática dos territórios nacionais, de modo a determinar as reservas de combustíveis atómicos. Â prospecção não é nem dispendiosa, nem difícil, dados os aperfeiçoamentos dos últimos tempos. As despesas principais do Instituto de Alta Cultura constam do quadro seguinte:

Com as bolsas de estudo no estrangeiro e no País despenderam-se 1619 coutos, um pouco mais do que o ano passado. O número de bolseiros consta do quadro que segue:

Ensino superior e das belas-artes A despesa do ensino superior e das belas-artes atingiu 97 474 contos, menos 10 174 do que no ano anterior. A diferença para menos teve lugar na Universidade de Lisboa e resultou, em parte, da transferência