Totalidade dos depósitos Não é fácil determinar, ano a ano, a totalidade dos depósitos. Publicam-se mensalmente os seus quantitativos nos estabelecimentos de crédito. Esses quantitativos totais podem não exprimir a realidade.

Considerando em primeiro lugar os bancos ou estabelecimentos similares, há que levar em linha de couta os depósitos feitos, por essas entidades, nos bancos emissores, na Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência e em outros estabelecimentos de crédito.

Assim, na determinação dos depósitos à vista ou n prazo há necessidade de conhecer os quantitativos destas operações, de modo a poder ser evitada dupla contagem de parcelas quando se pretenda obter o total.

Estudaram-se, pois, os depósitos dos bancos noutros bancos ou caixas económicas, nos bancos emissores e na Caixa Geral de Depósitos, e não se consideraram os depósitos do Estado, incluindo os da Junta do Crédito Público, nos totais dos bancos emissores - Banco de Portugal, Banco Nacional Ultramarino e Banco de Angola.

Com todas as parcelas corrigidas, pode formar-se um quadro que nos dá, à primeira vista, a evolução dos depósitos em 31 de Dezembro de cada ano & expressos em escudos do ano em referência:

(ver tabela na imagem)

(a) Excluindo o Tesouro Público, a Junta do Crédito Público. Caixas económicas e bancos.

As cifras do quadro exprimem a totalidade dos depósitos, tendo já sido expurgados na Caixa Económica Portuguesa os relativos aos bancos.

Mas é ainda preciso corrigi-los, porque os bancos também depositam noutros bancos parte das suas disponibilidades, que deverão ser subtraídas aos respectivos totais. No seguinte quadro obtêm-se os depósitos líquidos:

Quadro II

(ver tabela na imagem)

(a) Excluindo o Tesouro, a Junta do Crédito Público o os bancos e caixas económicas.

O quadro dá o total líquido dos depósitos. Em 31 de Dezembro este total cifrava-se em 18 072 000 contos, visto os depósitos presumíveis dos estabelecimentos bancários, entre si, atingirem 2 380 000 contos.

A subida acentuou-se n partir de 1940 c veio em progressão crescente até 1946, em que atingiu a casa dos 16 milhões de contos.

São de notar nos números os efeitos das dificuldades de 1949, traduzidas na baixa acentuada neste ano. A recuperação iniciou-se em meados de 1950, mas foi sobretudo notável a partir de 1951. A guerra da Coreia, com a alta nos preços e a intensificação das exportações de produtos ultramarinos e alguns metropolitanos, levou ao aumento de depósitos até fins de 1953.

Há, porém, outras razões explicativas da alta, sobretudo em 1953, em que houve ainda o surto de l 200 000 contos.

Os depósitos e a balança de pagamentos O estudo da balança de pagamentos dá-nos preciosas indicações sobre o comportamento dos depósitos.

Não estão à vista os números relativos à balança de pagamentos da metrópole e conviria usar apenas estes para efeito de conclusões definitivas.

Conhecem-se, porém, os reflexos da economia ultramarina na vida metropolitana, e, numa primeira análise das cifras, podem comparar-se os depósitos em cada ano com os resultados da balança total - metrópole e ultramar.