Nota-se logo que os depósitos de poupança progrediram em cerca de 10 por cento, na base de 1938=100, e num dos casos expressos na coluna «Outros» do quadro houve diminuição sensível.
Exprimindo-se a percentagem de elevação total dos depósitos, sempre relativamente a 1938, em 51,5 por cento, o que, com certeza, não é exagerado, a maior parte do progresso deu-se em depósitos que se não podem considerar indicados para investimentos a longo prazo - a não ser que sejam de poupança muitos dos depósitos dos bancos comerciais. Haveria vantagem em fazer um estudo que mostrasse claramente a sua natureza.
or outro lado, o índice de preços, construído a partir de 1948 e publicado regularmente desde esse ano, pode dar meio de comparação com o uso do índice de 1927, que serviu de base às conversões até agora mencionadas.
A evolução dos depósitos, tendo em conta este índice, deduz-se facilmente do quadro vi. expresso em escudos de 1953:
Evolução de depósitos (1000 contos)
(a) Abateram-se os depósitos do Estado no Banco Nacional Ultramarino e no Banco de Angola.
de notar que os depósitos de poupança parecem ler recuperado a sua ascensão. Na verdade, os aumentos foram mais acentuados do que anteriormente, e até em relação a depósitos de outra natureza se mostrou progresso sensível.
Terá melhorado bastante o rendimento interno de modo a permitir maiores economias individuais?
Ter-se-á atenuado aquele período de acentuada euforia de consumos que também concorreu para a crise de 1949?
Escrever-se-ão mais adiante algumas palavras sobre os fenómenos que levaram aos deficits da balança de pagamentos no período de 1947-1949, em que houve consideráveis desenvolvimentos nos consumos, provocados pela ilusória ideia de fortes disponibilidades monetárias e cambiais. O desequilíbrio nos rendimentos e consumos projectou-se nos grandes deficits da balança comercial, largamente comentados nos pareceres das Contas relativos àqueles anos.
As consequências não foram meramente económicas; traduziram-se também em abalos nas próprias finanças do Estado, como é do conhecimento geral, com repercussões directas e indirectas nos consumos de uma parte da população.
Em fins de 1953 os números suo, respectivamente para as caixas económicas e bancos, 7 194 000 e 11 111 000. A subida nas primeiras foi de l 406 000 contos e nos segundos de 2 415 000.
No período de 1938-1949 a média anual de subida nos bancos andou à roda de 620 000 contos e a das caixas económicas cifrou-se em 310 000.
No período de 1949-1953 a média nos bancos foi de GOÜ 000 contos, ligeiramente inferior à do período de 1938-1949, e a das caixas económicas subiu para 350 000 contos.
Dão-se estes números a título de curiosidade. Eles parecem revelar melhorias na poupança. Em todo o caso, devem ser interpretados com reserva, porquanto dois factores novos perturbaram o mecanismo financeiro e não foram considerados nos números acima referidos.
As receitas das caixas de previdência ascendem hoje a somas importantes, que se elevam a mais de l milhão de contos por ano. E, embora uma parte seja revertida para consumos, outra constitui poupança forçada. Deve por isso juntar-se às disponibilidades para investimentos: acresce ao que porventura tenha essa feição nos depósitos bancários, nos de caixa económica e nos depósitos obrigatórios não incluídos neste estudo.
O outro factor que pode influir na apreciação refere-se às elevadas disponibilidades financeiras do Estado, avolumadas nos últimos anos, dentro das gerências.
Mas estas encontram sua natural saída para consumos dentro de espaços de tempo relativamente curtos.
Quem quiser ter ideia mais perfeita do mecanismo dos depósitos e utilizar, com proveito, os números acima expressos para ajuizar da sua influência no investimento não deve também esquecer a importância dos fundos de contrapartida e outros do auxílio norte-americano, que constituem um dos pilares em que assentam as operações do Fundo de Fomento Nacional.
E hábito, em análises desta natureza, obter-se a capitação dos depósitos em termos monetários - a moeda do ano em referência- e a capitação em termos reais, isto é, fazendo introduzir as correcções indicadas pelo índice dos preços.
O primeiro obstáculo que se opõe à determinação exacta e muito aproximada dos factos relacionados com a capitação dos depósitos respeita ao cômputo do lotai dos depósitos, e foi por isso que acima se procurou investigar, tão completa e rigorosamente quanto possível, o seu quantitativo para o caso especial dos bancos e caixas económicas.
Atingiu-se nessa análise, e para o ano de 1953, o nível máximo, em escudos do ano, de 18 572 000 con-