Em Portugal a Junta Nacional da Educação, actual Instituto de Alta Cultura. ufanava-se de possuir uma instituirão que dentro em pouco granjearia prestígio e autoridade que lhe permitiam escrevia o seu presidenta. Prof. Gustavo Cordeiro Ramos, em 1951 - abordar e resolver com uma grandeza a que não estamos habituados os magnos problemas de investigação científica; criar as condições para o desenvolvimento das actividades culturais em todas as modalidades: artística, científica e literária; dar a conhecer u nossa língua, a nossa história, a nossa literatura, numa palavra, inserindo em posição de relevo o nome de Portugal no quadro dos interesses e curiosidades intelectuais do Mundo» sem embargo de me não eximir a anotar o que acerca dos bolseiros escreva o Prof. Amândio Tavares:

De uma fornia ou outra, o regresso ao País nem sempre proporcionou o aproveitamento do estágio no estrangeiro e, embora a Junta e o Instituto

Procurassem rodear-se das naturais garantias, certo é que alguns esforços e alguns dos recursos gastos se penderam.

Mas o saldo positivo é ainda altamente favorável. Os bolseiros souberam, em geral, honrar os seus compromissos, desenvolvendo uma actividade profícua e não raro brilhante, como o provam os trabalhos publicados, os graus académicos conquistados, as referências dos mestres com quem estudaram e a sua obra no regresso a Portugal.

Se, como se supõe e admite no douto parecer da Câmara Corporativa, a língua inglesa comandará amanhã metade da humanidade, é de crer também que a «língua portuguesa não deixe», efectivamente, de continuar a derramar no Mundo o darão imortal da alma latina».

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Para tanto se divulga a cultura portuguesa em vinte e sete centros universitários e. de entre estes, o estudo da nossa língua em dezassete.

Que Universidades abrange, de um modo geral, a extensão dessa cultura? Permita-se-me que à margem do Acordo em apreciação os cite detalhadamente:

Hamburgo, Colónia e Munique na Alemanha; Bruxelas, na Bélgica; Argel, Estrasburgo, Nice Bordéus Mumpilher, Poitiers Rennes, Tolosar e Paris, toa França: Barcelona Madrid, Salamanca e Santiago de Compostela, em Espanha: Amsterdão, na. Holanda; Escola Po l i técnica de Zurique, na Suíça; Roma, em Itália; Universidade Católica e Protestante de Dublim, na Irkinda, além de Liverpul Oxónia e Londres, na Inglaterra.

Com as Imitas de estudo no estrangeiro o no País informa o meticuloso sempre probo parecer sobre as Contas Gerais do Estado dependeram-se, em 1953, 1619 contos quantia, aliás, já superior à de 1952 e abrangendo 71 bolsas no estrangeiro e 78 no País no estrangeiro o 78 mo País.

Relativamente à MUI natureza, mencionam-se sob a designação genérica de "Ciências" 18 bolseiros, dos quais alguns no estrangeiro.

Não abrange a Convenção Cultural Luso-Britânica os territórios ultramarinos, por não ser por enquanto possível negociar acordos intelectuais de tão vasta extensão geopolítica considerando ainda que as maneiras de viver» não podem interpenetrar-se, de modo a, serem objectivo de acordos que transcendem a cultura, embora nos últimos anos o movimento de convergência, um todas as Universidades europeias, tenda a torná-las homogéneas sob esses aspectos essenciais: o ensino das profissões intelectuais, a investigação científica e preparação de futuros investigadores.

Por mm, não posso deixar de aprovar a Acordo cujo texto foi apresentado à apreciação da Assembleia Nacional, da iniciativa de Sua Majestade Britânica até porque as diatribes poéticas de Lorde Byron foram apenas o fruto de um grave ressentimento.

«Se a inteligência, nunca serviu para unir os homens e untes paru os dividir», tenho, todavia, como certo que os pode efectivamente aproximar em ordem a interesses comuns. Tal como os homem, assim com as nações.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Amorim Ferreira: Sr. Presidente: veio á Assembleia Nacional, para aprovação nos termos constitucionais e futura ratificação pelo Chefe do Estado, a Convenção assinada em Lisboa em 19 de Novembro de 1954 pelo nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros e pelo Embaixador de Sua Majestade .Britânica, em nome dos respectivos Governos.

A Convenção, conforme diz o preâmbulo, destina-se a satisfazer o desejo dos Governos de Portugal e do Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte «de promoverem nos respectivos países, por intercâmbio e cooperação amigáveis, conhecimento e compreensão tão completos quanto possível das actividades intelectuais, artísticas e científicas e dos costumes e da vida social do outro país.

O texto da Convenção, com o seu curto mas substancial relatório, veio a nós acompanhado de brilhante parecer da Câmara Corporativa, formosa peca saída das mãos do grande artista da língua portuguesa que é o Dr. Júlio Dantas, presidente da Academia das Ciências de Lisboa. A Câmara Corporativa reconhece que 11 Convenção serve os altos interesses nacionais, pelo que nada tem a opor à sua aprovação.

Perante diploma desta natureza, ocorre perguntar: Serão úteis as relações culturais entre os povos? Terá havido no passado relações culturais que coutem entre Portugal e a Grã-Bretanha, com proveito para os dois países? Convirá manter e porventura reforçar essas relações? Corresponderá de facto este instrumento diplomático ao pensamento que levou à sua elaboração?

As relações culturais entre os povos são não somente úteis, mas necessárias para que eles se conheçam, se compreendam, se estimem e possam viver em paz na terra, paz que é o anseio saudável lê todos os homens de boa vontade.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Existe na Organização das Nações Unidas a instituição especializada conhecida por U.N.E