Eduardo Pereira Viana.

Elísio de Oliveira Alves Pimenta.

Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.

Francisco Cardoso de Melo Machado.

Francisco Eusébio Fernandes Prieto.

Gaspar Inácio Ferreira.

Gastão Carlos de Deus Figueira.

Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.

João da Assunção da Cunha Valença.

João Carlos de Assis Pereira de Melo.

João Luís Augusto das Neves.

João Mendes da Costa Amaral.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim de Pinho Brandão.

Jorge Pereira Jardim.

José Dias de Araújo Correia.

José Garcia Nunes Mexia.

José Gualberto de Sá Carneiro.

José Maria Pereira Leite de Magalhães e Couto.

José Sarmento Vasconcelos e Castro.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís de Azeredo Pereira.

Luís Maria Lopes da Fonseca.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa A roso.

Manuel Maria Vaz.

Manuel Marques Teixeira.

Manuel Monterroso Carneiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Trigueiros Sampaio.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Reis.

Mário de Figueiredo.

Pedro Joaquim da Cunha Meneses Pinto Cardoso.

Ricardo Malhou Durão.

Ricardo Vaz Monteiro.

Sebastião Garcia Ramires.

Urgel Abílio Horta.

Venâncio Augusto Deslandes.

O Sr. Presidente:-Estão presentes 67 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 10 minutos.

O Sr. Presidente:-Está na Mesa um ofício, assinado pelo Sr. Presidente do Conselho, em que o Governo tem a honra de comunicar ter sido dirigido por Sua Majestade a Rainha Isabel um convite a Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa para uma visita oficial a Londres, a realizar em Outubro próximo. Este convite, que se situa na linha s estreitas relações de aliança e amizade existentes entre Portugal e a Nação Britânica, é considerado pelo Governo como acto do mais alto significado, e da realização da visita se esperam benéficos resultados para o entendimento e política das duas nações.

Não podendo, porém, o Chefe do Estado ausentar-se para pais estrangeiro sem assentimento da Assembleia Nacional e do Governo, e tendo este no Conselho de Ministros de 5 do corrente dado por sua parte assentimento àquela visita, solicita-me S. Ex.a o Presidente do Conselho que submeta o caso à Câmara para efeito do artigo 76.° da Constituição.

Este assunto vai baixar à Comissão dos Negócios Estrangeiros desta Câmara e oportunamente será dado para ordem do dia.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Está na Mesa um oficio da Presidência do Conselho remetendo, em cumprimento do despacho de S. Ex.a o Ministra e como elemento complementar de aprovação das contas do Fundo de Fomento Nacional, que constituem a m parte da Conta Geral do Estado relativa ao ano de 1953, cópia dos elementos elaborados pelo serviço de contabilidade daquele organismo, com vista à execução do relatório previsto no n.° 3. do artigo 10.° do Decreto-Lei n. 39164, de 14 de Abril de 1953.

Estes elementos estão à disposição da Comissão de Contas Públicas desta Cilmara o dos Srs. Deputados.

Pausa.

O Sr. Presidente:-Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Carlos Moreira.

O Sr. Carlos Moreira: -Sr. Presidente: «os grandes sóis brilham no espaço, porque condensam a luz; as grandes almas vivem no tempo, porque condensam a ideia».

Assim disse, em 1888, a respeito de Alexandre Herculano, por ocasião da trasladarão das suas cinzas para o Mosteiro dos Jerónimos, um dos nossos maiores oradores sagrados, o cónego Alves Mendes, nessa belíssima peça oratória que foi o seu discurso, proferido naquele templo, erguido a Deus e às glórias da Pátria.

E verdade que o tempo gasta e diminui, como constrói e agiganta.

Consome, dilui, desfaz. Mantém, vivifica, fortalece.

Ora é tufão violento, que destrói ; ora brisa benéfica, que alimenta; faz injúrias e cimenta a justiça.

O tempo! O tempo que decorreu é a história, o tempo que se vive é a luta o tempo que falta é o caminho da Eternidade!

Eternidade para as almas, transitoriedade para a matéria.

O tempo é juiz incorruptivel, a profligar desvios, a desfazer Ídolos falsos, a elevar humildades, a consagrar virtudes.

Faz esquecer, mas também rememora. Questão é que se trate do que é passageiro e efémero ou do que é permanente na essência, em heroísmo ou em santidade, na ciência ou na arte, acima de tudo, no alto exemplo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: completa-se, dentro de poucos dias, o centenário de um homem que foi exemplo de dignidade, em toda a sua vida vivida ao serviço dos ideais a que inteiramente se votou: na fé religiosa, a Deus e à sua igreja; na fé política, ao rei.

Não o demoveram nem a busca de interesses nem a ânsia de glórias; não se curvou às conveniências mais ou menos convencionais, nem só submeteu às imposições mais ou menos violentas; nunca fugiu à luta, em que sempre galhardamente se bateu, firme como o roble que desafia as iras das tempestades.

Podia ter-se recolhido ao exercício da sua profissão, em que foi respeitado por sua competência e saber; teria vivido comodamente. Mau não: exercendo-a, repartiu-se ao mesmo tempo pela apologética, pelo jornalismo e pela polémica, numa actividade verdadeiramente prodigiosa. Criou admiradores e discípulos. Fez escola de jornalismo e a sua voz ainda soa aos nossos ouvidos em apologia calorosa de verdades e em condenação violenta de erros.