As criticas que habitualmente envolvem os parlamentos não devem ser encarados como factor capaz de diminuir-lhes a majestade das atribuições. Elas são naturais e indispensáveis; têm muitas vezes o mérito de contribuir para fortalecer o realçar a instituição legislativa, cuja composição humana é sempre um reflexo das qualidades cívicas de unia nacionalidade.

(Calorosos aplausos).

Deveis orgulhar-vos, senhores membros da Assembleia Nacional Portuguesa o da Câmara Corporativa, das nobre» e pesadas tareias que recaem sobre os vossos ombros, com representantes do povo lusitano o responsáveis por solução de sons problemas, através do debate, da meditação e do estudo que precedem a elaboração das leis.

Ainda recentemente vos coube o encargo de discutir e aprovar n Tratado de Amizade e Consulta entre Portugal no Brasil. Nesta sala, ecoaram ardentes c acentuadas palavras de exaltação de minha Pátria, c dos sólidos laços que nos prendem e nos tornam comum o destino. Desejo de minha parto trazer uni testemunho do que foi também no Brasil um acto do fraternal estima, em que só proclamou, não só em ambas as Casas do Congresso, mas também através da imprensa, da rádio e de outros instrumentos de manifestação da opinião pública, a identidade real das duas Nações que perpetuam origens o ideais afins, de um lado e outro do Atlântico.

(Grande manifestação).

A simpatia com que foi acolhido o Tratado nos Parlamentos de ambos os países não correspondeu senão a um sentimento popular que tem profundas raízes e no qual se revigora constantemente a união política das duas Pátrias.

(Grande ovação).

Consagrando uma aproximação natural, nascida das circunstâncias geográficas, fortalecida por um imperativo histórico e permanentemente ratificada, não só pela vontade dos dois povos, mas também pela decisão dos seus respectivos Governos, o novo Pacto do Amizade está longe de traduzir apenas os impulsos convencionais o efémeros dos clássicos ajustes internacionais. Ele é um penhor efectivo do solidariedade para as boas o más horas, um elo de confiança recíproca e uma fonte de colaboração de que tanto proveito podem extrair as duas Nações.

(Calorosos aplausos).

Senhor Presidente:

Senhores Deputado e Procuradores:

A satisfação e a honra que esta generosa acolhida me proporciona são tanto maiores quanto me foi dado o privilégio de ver-me alvo de palavras tão desvaneceras por parto de dois notáveis expoentes da cultura de Portugal - os eminentes Doutores Lopes do Almeida e Júlio Dantas. No calor e no brilho do seus discursos ficou bem patente o alto grau de afeição que une as nossas Pátrias o do que os dois oradores souberam ser tão esmerados intérprete.

Diante de tão expressiva manifestação, senhores membros da Assembleia Nacional o da Câmara Corporativa, cresce em mini a emoção de representar o meu Pais nesta visita, a que o carinho da vossa hospitalidade e a eloquência dos vossos ilustres porta-voz os acabam de conferir tão significativo relevo.

Como antigo legislador, quem consignar o tributo do meu apreço pelo nobre poder de que estais investidos, liem sei avaliar, por experiência própria, as dificuldades de vossas farofas, o peso de vossas responsabilidades e a transcendência de vossa missão. As nações podem prescindir de muitas coisas, mas não podem viver sem lei.

(Vibrantes apoiados).

E com emocionada gratidão que recebo as vossas homenagens, tão sinceramente dirigidas ao meu País. V. Exa não exaltam apenas: o visitante; e Mia Pátria: engrandecendo também os eu próprios autores, pela edificante nobreza de que se revestem e pela extrema generosidade de que estão impregnadas.

Sou particularmente reconhecido pela oportunidade de usar tão alta c tradicional tribuna para as primeiras saudações que em meu nome e no do meu Caís dirijo às autoridades o ao povo da hospitaleira o forma terra lusitana.

No simbolismo deito contai-to solene, Portugal o Brasil trocam um abraço do vibração e ternura. Façamos votos. Senhores. para quo esta aproximação só torne cada voz mais intima e fecunda, pelo bem crescente dos dois povos quo representamos.

Novamente a assistência ainda com mais entusiasmo vitoriou S. Ex. o Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil.

O Sr. Presidente da Assembleia nacional declarou, em seguida encerrada a sessão.

O eminente visitante saiu da sala das sessões em cortejo como entrara, e foi acompanhado até ao átrio do Palácio por S. Exas. os Srs. Presidentes da Assembleia e da Câmara Corporativa; Deputados Gastão Carlos de Deus Figueira José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues respectivamente 1º e 2.º secretário da Mesa da Assembleia Nacional Procuradores Manuel Alberto Andrade e Sousa e Tomas Aquino da Silva respectivamente 1.º n 2.º secretários da Mesa da Câmara Corporativa além dos membros da sua comitiva pessoal.

Eram 18 horas e 50 minutos.

Srs. Deputados presentes à sessão:

Abel Maria Castro de Lacerda.

Adriano Duarte Silva.

Agnelo Orneias do Rego.

Alberto Cruz.

Alberto Henriques de Araújo.

Alberto Pacheco Jorge.

Albino Soares Pinto dos lieis Júnior.

Alexandre Aranha furtado do Mendonça.

Alfredo Amélio Pereira da Conceição.

Amândio Rebelo do figueiredo.

André Francisco Navarro.

Antão Santos da Cunha.

António Abrantes Tavares.

António de Almeida.

António de Almeida Garrett.

António Augusto Esteves Mendes Correia.

António Bartolomeu Gromicho.

António Calheiros Lopes.

António Camacho Teixeira de Sousa.

António Carlos Borges.

António Cortas Lobão.

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras.

António Raul Galiano Tavares.

António Russell de Sousa.

António dos Santos Carreto.