cino baixou em quantidade e valor, e o sisal aumentou de tonelagem e diminuiu de valor.

De todos os produtos exportados pela província de Moçambique, é sem dúvida o algodão um daqueles que mais têm contribuído para a melhoria das condições de vida do indígena, para atenuar o desequilíbrio da balança mercantil da província, enfim, para promover o desenvolvimento económico de Moçambique e mais ainda para economizar divisas à metrópole.

cultura algodoeira em Moçambique, assim como na província de Angola, foi intensificada para se integrar na política de coordenação económica da Nação, visto que a sua intensificação teve como objectivo principal fornecer matéria-prima à indústria de fiação o tecidos de algodão metropolitana, que laborava quase só à custa da fibra importada do estrangeiro, o que vinha sobrecarregar anualmente o desequilíbrio da balança comercial do País com 300 000 contos, destinados à importação de fibra.

O Estado Novo iniciou logo em 1926, com o decreto do saudoso Ministro das Colónias comandante João Belo, a resolução do importante problema algodoeiro, estabelecendo no ultramar o regime de concessões, que ainda hoje vigora.

Seguiu-se o decreto de 1932, da autoria do Ministro Prof. Dr. Armindo Monteiro, que fixou os preços mínimos à fibra ultramarina transportada para a metrópole em navios portugueses, sendo a rama entregue à indústria têxtil nacional ao preço das ramas nos merca dos exteriores.

E, por último, em 1938 foi criada a Junta de Exportação do Algodão, da iniciativa do Ministro Dr. Francisco Machado, destinada a coordenar a produção e a distribuição, tomando a seu cargo o estudo dos problemas relativos à cultura algodoeira no ultramar.

E qual terá sido o resultado obtido?

O resultado da mossa política algodoeira mostra-se apenas com estes dois números:

A maior quantidade de rama consumida na metrópole foi de 38 456 t, no ano de 1952. Contudo, Sr. Presidente, só a província de Moçambique exportou em 1953, como anteriormente indiquei, quase essa tonelagem, pois atingiu 38 287 t. Se lhe juntarmos os milhares de toneladas exportados pela província de Angola, fàcilmente chegaremos à conclusão de que a produção algodoeira ultramarina já ultrapassou o máximo consumo anual da nossa indústria metropolitana.

Vozes: - Muito bem!

é aproveitado para a engorda de gados, por ter elevada percentagem de proteínas.

O aproveitamento industrial da semente do algodão principiou na província de Moçambique no ano de 1948; e já em 195 o valor do óleo e bagaço exportados atingiu cerca do 20 000 contos.

Hoje o valor do óleo, bagaço e fibrilha extraídos da semente do algodão representa mais do 50 000 contos.

Valeu a pena desenvolver a cultura do algodão no ultramar!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: desejaria referir-me aos restantes produtos que mais se destacam na exportação da província de Moçambique, mas nem V. Ex.ª me concederia o tempo bastante nem os Srs. Deputados estariam dispostos a ouvir-me.

Não apoiados.

Mas, Sr. Presidente, ao menos sejam permitido fazer ligeiras referências à indústria transformadora de Moçambique, para se avaliar do estado de progresso e desenvolvimento da província.

Em 1950 havia na província de Moçambique 141 industrias transformadoras, pertencentes a outras tantas sociedades.

Estas empresas totalizavam 754 000 contos do capital e suprimentos e tinham investido 521 000 contos no apetrechamento industrial das suas fábricas.

O primeiro lugar era ocupado pela indústria açucareira, com investimentos de cerca de 129 000 contos; em segundo lugar encontrava-se a indústria do sisal, com investimentos da ordem dos 72 000 contos: seguia-se a indústria do algodão, com cerca de 72 000 coutos, a dos óleos e sabões, com 66 000 coutos, e a do chá, com 33 000 contos.

Vejamos agora o que tem acontecido posteriormente àquele ano de 1950 às indústrias que mais se destacam na província de Moçambique:

A Lusalite de Moçambique, com o capital de 30 000 contos; a Companhia do Cimenteis de Moçambique, com 30 000 contos, tendo investido no Dondo quantia superior a 100 000 contos nas suas instalações fabris; a Sociedade Algodoeira de Fomento Colonial, com 200 000 contos; a Sociedade Hidroeléctrica do Revuè, com 30 000 contos na companhia das lutas de Moçambique, com 7 300 contos, e a Moçambique Industrial, com 15 000 contos.

Quer dizer: revela-se que nos últimos quatro anos as inversões industriais na província de Moçambique totalizam quantia superior a 400 000 coutos.

A província de Moçambique vai assim caminhando, dentro da unidade económica nacional, no sentido do progresso industrial que lhe cabe no fabrico de cimento, fibrocimento, tecidos, sacaria, óleos, tabaco, etc.

No entanto, Sr. Presidente, temos de reconhecer que por enquanto a base da vida económica da província assenta essencialmente na sua agricultura e na exportação dos seus produtos.

Mas, quem sabe se amanhã a economia de Moçambique se transformará com o resultado das pesquisas de petróleo em diversos pontos do Sul do Save, feitas pela empresa concessionária, The Moçambique Gulf Oil Company.

Em Julho de 1952 houve grande esperança em Moçambique com a projectada experiência final na perfuração do solo até à profundidade de 2400 m nos oito poços demarcados em Maxixe, perto de Inhambane, e o estudo do projecto da conduta de petróleo de Inhambane a Lourenço Marques.