Já o aumento da taxa de desconto foi solução mais generalizada. A Noruega, Inglaterra, Estados Unidos, Suécia, Áustria, Turquia, Alemanha, Bélgica, Canadá, África do Sul e Nova Zelândia têm-na utilizado com frequência.
O problema mão se põe de forma idêntica para todos os países: enquanto, por exemplo, na Inglaterra a maior procura interna determinou um aumento na importação, que, por não ter paralelo nas exportações, criou problemas de pagamentos, diminuindo as reservas de ouro e dólares e impondo a necessidade de travar a extensão das medidas de liberalização que o Governo Inglês se propunha levar a cabo, já na Alemanha o equilíbrio entre a procura e a oferta internas tenta restabelecer-se através do mais largo recurso às importações - solução esta tornada possível pelo alto nível em que se tem situado a exportação alemã.
O nível actual de liberalização intereuropeia
A mais importante dessas medidas elevou a 90 por cento a percentagem de liberalização, que os países membros deveriam atingir no prazo de seis meses, contados a partir da data em que a França tivesse voltado a liberalizar 75 por cento do seu comércio de importação.
Estes 90 por cento deveriam ser realizados por forma a, alcançar simultaneamente a liberalização de, pelo menos, 75 por cento em cada um dos três grandes sectores: produtos alimentares, matérias-primas e produtos acabados.
Como se sabe, as obrigações inscritas no Código da Liberalização impunham, até agora, o dever de liberalizar 75 por cento do total das importações, sendo, pelo menos, 60 por cento em cada um dos três referidos sectores; a nova disposição adoptada representa, portanto, um progresso importante no caminho da supressão das restrições quantitativas ao comércio intereuropeu.
Estas novas disposições só se tornaram possíveis graças aos progressos registados na economia europeia nos últimos anos e à supressão dos desequilíbrios mais acentuados entre os países membros que maior posição ocupam no comércio intereuropeu - o regresso do Reino Unido e da França a uma política de ampla liberalização era já reclamado desde 1953 pela generalidade dos restantes países, como condição-base de novos esforços comuns na supressão das restrições ao comércio na zona da O. E. C. E.
O quadro seguinte, reportado a 15 de Setembro, mostra as percentagens conseguidas após a recente liberalização de 10 por cento do sector contingentado, nos termos da decisão atrás referida. Como se vê, a liberalização estende-se hoje a mais de 85 por cento do comércio intereuropeu, não contando com a Grécia, que já atingiu uma liberação de facto da ordem de 95 por cento.
A Turquia e a Islândia não aplicam, contudo, ou não aplicam integralmente as disposições do código, devido a reconhecidas dificuldades das suas balanças de pagamento.
Ano do referencia: 1948 (Alemanha: 1949; Áustria: 1952)
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Liberalização intereuropeia e problemas tarifários