Nos últimos anos assistiu-se a um aumento considerável do nosso saldo de invisíveis com a zona dos países participantes na O. E. C. E. e mesmo com a zona dólar. Se parte desse aumento foi a contrapartida de maiores serviços prestados àquelas zonas e de investimentos conhecidos de capital estrangeiro em Portugal, outra parte resultou, sem dúvida, de movimentos anormais provocados pelas características da conjuntura internacional e auxiliados pelas facilidades então dadas pelo mecanismo da U. E. P. aos países que dela são membros.

Modificada não só a conjuntura mas o próprio sistema da U. E. P., natural é que o volume do saldo de invisíveis correntes, proveniente das zonas referidas, venha a encontrar maior estabilidade, mas a nível mais baixo.

A balança de invisíveis da metrópole e ultramar no período Janeiro a Julho, por zonas, consta do quadro XVII.

Balança restante (metrópole e ultramar)

(Em milhões de contos)

«Ver quadro na imagem» Viu-se que à balança comercial deveriam atribuir-se 76,9 por cento do agravamento do saldo da balança de pagamentos, sendo as participações do ultramar e da metrópole na posição da balança comercial as seguintes:

«Ver quadro na imagem»

centros fornecedores dentro do espaço económico nacional, o ultramar deve ver gradualmente aumentado o saldo positivo da sua balança de comércio com o estrangeiro.

Deve ser hoje, sem dúvida, à indústria metropolitana mais fácil alargar os seus mercados às províncias ultramarinas do que ao estrangeiro, como mais firme e acessível é para parte dos excedentes ultramarinos o mercado metropolitano.

Mas, ainda que para a indústria metropolitana fossem semelhantes as condições oferecidas pêlos mercados externos e ultramarino, nem mesmo assim seria de consentir que em favor daqueles se perdesse a posição da metrópole como fornecedora das províncias de além-mar: são óbvias as vantagens de natureza económica, nomeadamente em caso de perturbação internacional, que para o Portugal de aquém e além-mar representa esta evolução do grau de auto-suficiência, como claros suo os demais motivos que impõem se continue a andar o caminho encetado.

Será à luz desta realidade que deverá compreender-se o significado do problema - que se espera transitório e se sabe dominável - resultante do abaixamento do saldo positivo da balança de comércio do ultramar com o estrangeiro, abaixamento esse que não foi devido nem deverá afectar o caudal dos fornecimentos metropolitanos às províncias de África. Porque estas considerações se destinam ao esclarecimento da conjuntura metropolitana, dado que à metrópole se refere a Lei de Meios, não cabe aqui o exame em pormenor do comércio externo ultramarino.

Regista-se apenas o processo de formação dos seus saldos comerciais nos períodos de Janeiro a Julho de 1954 e 1955.

Comércio externo do ultramar

(Em milhares de contos)

«Ver quadro na imagem»

expansão, embora, para tanto, deva ter ne-