tro das Obras Públicas os agradecimentos dos concelhos que com esta obra vão beneficiar.

Sei que está feito o projecto, com aprovação do Conselho Superior de Obras Públicas, dos 5 a 6 km que vão de Mega Fundeira à Venda da Gaita. Ainda não está feito o projecto do troço restante, de cerca de 7 km, ou seja de Álvares a Mega Fundeira, por causa da ponte a construir em Alvares, serviço que depende da Direcção do Serviço de Pontes da Junta Autónoma.

Sem uma decisão desse organismo quanto à localização e vias de acesso da ponte, problema difícil por causa do acidentado do terreno, em combinação com a categoria da estrada, a estrada nacional n.º 2 continuará interrompida, ficando isolados por uma unha negra os concelhos de Gois e Pedrógão Grande.

Por outro lado, as numerosíssimas, ainda que pequenas, povoações que por ali há ficarão privadas das estradas municipais que as hão-de ligar à referida estrada nacional.

Aproveito este ensejo para, em nome dos Deputados p elo círculo de Coimbra, agradecer ao Sr. Ministro das Obras Públicas a possibilidade que a Câmara de Coimbra teve de fazer a adjudicação, em princípio de Novembro, da estrada municipal entre Marco dos Pereiros e a estrada nacional n.º 110-2.ª

De tudo o que disse pode concluir-se que existe um «mal-estar» médico em Portugal, mas não nos aflijamos.

O Dr. Debray, em artigo escrito já há anos, denunciava um mal-estar médico em França, que atribuía aos três factores seguintes: Desinteresse do público, desconfiança e até hostilidade em relação ao corpo médico no seu conjunto;

2) Incompreensão manifestada pelos Poderes Públicos em relação nos problemas médicos, traduzindo-se esta incompreensão por carências graves, por um lado, e por gestos inconsiderados, igualmente graves, por outro lado;

3) Diminuição do prestígio do médico na sociedade actual.

Com a autoridade forte e honesta do nosso Governo não se verificam, não se registam integralmente entre nós, os factores anunciados por Debray em França, mas a necessidade de um estatuto actualizado da Ordem dos Médicos começa a fazer-se sentir de fornia bastante aguda.

Não posso alongar-me sobre este assunto, porque sai fora do quadro das minhas considerações.

Em conclusão: considerando a redução do analfabetismo unia das bases do nosso saneamento rural, concordo com a alteração ao artigo 17.º da Lei de Meios, tal como é sugerida pela Câmara Corporativa. Com efeito, ali se manifesta a continuidade e a finalidade de uma política merecedora do maior aplauso. A preferência dada a Campanha Nacional de Educação de Adultos na alínea f) da referida alteração está justificada nas minhas considerações.

Dentro dos mesmos princípios, concordo com a ordem de preferência dada pelo Governo e pela Câmara Corporativa quanto ao artigo 19.º, alíneas a) e b), tendente à melhoria das condições sanitárias da vida rural.

As verbas para este fim deveriam ser substancialmente aumentadas. Compete ao Sr. Ministro das Corporações providenciar para que de futuro as Casas do Povo possam ter anexa a residência do médico, quando as condições e necessidades locais o impuserem.

Finalmente, faço votos por que seja criado um organismo superior de saúde, que, á falta de Ministério, congregue, articule e discipline a sanidade portuguesa, trabalhando em colaboração com a Ordem dos Médicos, mas uma Ordem rejuvenescida com o seu estatuto, de modo a evitar-se o aviltamento de uma classe que não pode ser considerada de somenos importância em relação às outras.

As minhas derradeiras palavras dirigem-se aos incrédulos e aos pessimistas, que, dada a magnitude e complexidade do problema da medicina rural, o consideram sem solução ou de solução muito remota.

Para esses servir-me-ei da frase lapidar dos Romanos: infantum gemitus in limine primo.

Que as dificuldades que temos pela frente e o sacrifício que faremos para levar a cabo a obra sejam o nosso estímulo, pois a recompensa será larga e merecerá as bênçãos de Deus e a gratidão dos homens.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão. A próxima será amanhã, com a mesma ordem do dia da de hoje.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Camilo António de Almeida Gama Lemos Mendonça.

Carlos Mantero Belard.

Luís Maria da Silva Liana Faleiro.

Manuel de Magalhães Pessoa.

Manuel Maria Múrias Júnior.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Agnelo Orneias do Rego.

Alberto Pacheco Jorge.

Amândio Rebelo de Figueiredo.

António de Almeida.

António Russell de Sousa.

Artur Águedo de Oliveira.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Augusto Duarte Henriques Simões.

Castilho Serpa do Rosário Noronha.

Elísio de Oliveira Alves Pimenta.

Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.

João Afonso Cid dos Santos.

João da Assunção da Cunha Valença.

João Carlos de Assis Pereira de Melo.

João Cerveira Pinto.

Joaquim de Sonsa Machado.

Jorge Pereira Jardim.

José Gualberto de Sá Carneiro.

José dos Santos Bessa.

Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Maria Sarmento Rodrigues.

Pedro Joaquim da Cunha Meneses Pinto Cardoso.

Sebastião Garcia Ramires.