cia Internacional de Copenhaga se pronunciar sobre a urdem de urgência dos diversos meios a pôr um execução para a luta antituberculosa.

Por via densa lei temos estado a adaptar novos meios de luta e a seguir novas técnicas. E nem essa conferência da Dinamarca, nem a do Brasil, realizada em 1952, nem a de Espanha, reunida no ano passado, trouxeram conclusões que nos obrigassem a alterá-la.

Pelo contrário, do que adi foi ventilado e resolvido só há que concluir que temos de persistir no rumo traçado a insistir na aplicação integral do que nela se contém.

Desde então para cá assim se tem feito e estes cinco anos têm sido de fecundo e intenso labor na luta contra a tuberculose.

Com o novo Subsecretário de Estado tomou ainda maior incremento essa luta. Sabemos com que entusiasmo e com que clara visão se consagra aos problemas da assistência- e temos fundada» razoes para poder albergar a esperança de ver bem assinalada a sua passagem por este sector.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

omo arma segura e eficaz na descoberta dos casos ignorados de tuberculose pulmonar. Mas, para que ele remiti plenamente, é necessário aplicá-lo com largueza, de. modo a atingir dois terços da população com mais de quatro anos de idade, isto é, abranger mais de 5 milhões de portugueses. O que até agora temos jeito pertence u nossa fase preparatória - de montagem de serviços e de adestramento de pessoal; mas julgamo-nos já possuidores da experiência necessária para podermos entrar na fase da sua aplicação intensiva.

Não ultrapassam a centena de milhar os números dos indivíduos sujeitos a radiorrastreio em cada um dos dois primeiros anos: 1953 e 1954.

Para conseguirmos a sua aplicação a grandes massas de população torna-se necessário dispor não só de pessoal e de aparelhos em número suficiente, como também, não confiar inteiramente ao voluntariado e à propaganda a sujeição dos indivíduos ao radiorrastreio.

Se o Governo, a bem da Nação, faz o esforço de investir gr andes somas na ampliação desses serviços, justo é que tome as medidas necessárias para lhes garantir a sua melhor eficiência e o seu maior rendimento.

Há sectores que podem e devem ser obrigados a submeter-se a essa revisão sistemática.

Estão neste caso os trabalhadores dos géneros alimentícios ; as senhoras que frequentam os serviços pré-natais, os das maternidades e os de puericultura.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - O pessoal dos hospitais e os que ali suo assistidos; a mocidade escolar, os professores e os funcionários das escolas dos vários graus de ensino; os internados dos estabelecimentos de assistência e o pessoal que ali trabalha; pessoal e internados dos estabelecimentos prisionais; Exército, Marinha e Legião Portuguesa.

Já iniciámos o trabalho mais ou menos intensivo e obrigatório em alguns destes sectores.

Pelo que respeita ao pessoal que trabalha nos géneros alimentícios não posso deixar de sublinhar que uma portaria de há um ano -a 15 184, de 30 de Dezembro de 1954 - alargou a muitos trabalhadores a obrigatoriedade dum boletim de sanidade, a que já se referia a Portaria n.° 1-3 412, de Janeiro de 1951, e a submissão ao radiorrastreio nas cidades onde houvesse aparelhagem para tal. Mas não assegurou à fiscalização dessa obrigatoriedade!

Muitos grémios e sindicatos parece não terem recebido instruções nesse sentido, segundo o que apurei em Coimbra, e, deste modo, podem passar a carteira profissional sem a exibição do cartão de sanidade, que é como quem diz também aos que não cumpriram aã disposições daquela portaria, submetendo-se à microrradiografia, e até àqueles que se apurou sofrerem de tuberculose pulmonar! Em Coimbra só se apresentou metade ao radiorrastreio, segundo o que apurei; os outros 2000 ficaram a rir-se da disposição! Só os do pão e os do leite vieram em massa.

O Sr. Sousa Machado: - V. Ex.ª informa-me se os serviços têm encontrado facilidades da parte das empresas industriais particulares:*

O Orador: - Têm encontrado todas as facilidades.

Tenho como fidedignas estas informações, e por isso ouso ouso a atenção de quem de direito para que no ano que vai iniciar-se se não repita o que se passou este ano.

As medidas a tomar são urgentes!

É o radiorrastreio sistemático que nos .permite descobrir lesões recentes, ainda «em sintomatologia clínica, lesões ignoradas e ocultas, mas altamente perigosas do ponto de vista epidemiológico e da maior importância no seu aspecto terapêutico.

Perigosas do ponto de vista epidemiológico porque muitas delas são abertas e o seu portador é um disse-minador inconsciente de bacilos - nem ele nem os que com ele convivem se rodeiam do menor cuidado.

Importantes no seu aspecto terapêutico porque são as lesões precocemente diagnosticadas as que mais beneficiam do tratamento antibiótico. E isto é tão verdade que um grande tisiolagista francês (Et. Bernard) diz que hoje os tuberculosos podem agrupar-se em duas classes:

1) Os despistados precocemente pelo radiorrastreio depois da era antibiótica - curam-se rápida e eficazmente;

2) Os que adoeceram antes da era antibiótica e do reinado da prevenção, os que são diagnosticados tardiamente - estes arrastam a sua doença durante anos. com intermitências de validez e recaídas.

Os primeiros têm tratamento de curta duração e acarretam poucos prejuízos com tratamento senatorial e a suspensão do trabalho.

Os segundos têm tratamentos longos e caros e vêm cair na invalidez perpétua; são estes os que convém evitar.

Quanto mais intensificarmos, o rastreio maior será o número dos primeiros e menor o dos últimos.