Mas tem de se recuperar o tempo perdido, dinamizando tanto quanto possível a acção, tornando os processos mais simples e porventura mais eficazes, escolhendo sempre homens cheios de fé construtiva, ardente sem deixar de ser consciente, entusiástica sem deixar de ser criteriosa.

Da medida em que o Plano for executado depondo um muito o desenvolvimento da produção, com vista à melhoria do comércio externo e à solidez da balança de pagamentos.

A nota mais viva que recomenda esta proposta da Lei de Meios é mesmo a do vibrante incitamento às forças da produção.

Produzir mais e produzir melhor, eis a necessidade urgente e imperiosa.

Para tanto o Governo tomará medidas de ordem fiscal tendentes a favorecer novos fabricos, a redução do custo e a melhoria de qualidade dos produtos, desenvolvera a necessária política de crédito e regulará os investimentos pelos seus eleitos económico-sociais.

Não estou a dar novidades; estou a avivar realidades. Afinal é a tarefa mais própria que se me oferece perante o relatório do Sr. Ministro das Finanças. E eu, Sr. Presidente, se não desejasse aproveitar o ensejo para realçar mais alguns pontos que reputo de interesse, daria já por terminada esta minha modesta intervenção, ato mesmo por parecer esgotada a competência constitucional desta Assembleia em leis preexistentes e em planos ou autorizações já votados, com referência às receitas e despesas que estamos apreciando na generalidade, como observou, a propósito e acertadamente, o ilustre Deputado Dinis da Fonseca.

Sr. Presidente: desenha-se uma nova ofensiva de preços, começando pelo rareamento de certos géneros de primeira necessidade.

Por um lado, devido à baixa da respectiva produção; por outro, devido à ânsia do lucro, que espreita todas as oportunidades.

Estamos já a recorrer a fontes estranhas de abastecimento, embora isso nos possa custar alguns prejuízos.

O nível dos preços é que não pode subir. Até o movimento da produção seria afectado no seu ritmo seguro pelo alvoroço dos elementos que nelo intervim.

A disposição do Governo, a julgar pelas firmes declarações do Sr. Ministro das Finanças no seu relatório, é a de promover activa e eficazmente o desenvolvimento da produção. Mas não basta incitar a produção a que produza mais e melhor, rodeando-a, embora, dos possíveis amparos de ordem técnica e financeira.

É preciso vigiar a toda a hora a vida da produção, medir-lhe o crescimento, defender-lhe os progressos, dignificar-lhe os resultados.

O País confia na alta compreensão e na comprovada tenacidade dos governantes.

Ao falar do comércio externo e da balança de pagamentos não esqueci o ultramar.

Quero ter uma palavra designadamente para essa África estuante de energias, que cada vez mais só afirma parcela valorosa do todo português.

Já desta tribuna chamei por várias vezes a atenção para a África, para o inestimável volume das suas reservas e para a criminosa acção dos que a buscam como força a agitar a favor dos seus propósitos do expansão ideológica e militar contra o Ocidente.

A um mundo que cresce é fácil explorar-lhe as crises do crescimento.

A Ásia entra na África, aproveitando o fomentando os momentos propícios. Tanto explora no Sul as diferenças raciais, como no Norte as desavenças entre nativos e europeus, como vai lançando o pregão das reivindicações operárias ou os germes de nacionalismos injustificáveis.

O agravamento de 694 000 contos no comércio externo do ultramar está explicado pelo maior volume de importações, requerido pelas necessidades da expansão económica, e pela baixa nas exportações, atribuída ao reajustamento de preços e as más colheitas.

A direcção política, económica e financeira da nossa África torna-se dia a dia mais séria e difícil. Não é só pelas exigências da estrutura interna, é pela ligação com o quadro geral das actividades e responsabilidades distribuídas por esse mun do maior, que o inimigo ronda, à espera de o ganhar para o seu lado.

Não sei se temos sido mais favorecidos pelas circunstâncias que fazem surgir os homens do que pela existência dos homens à altura das circunstancias.

No meio de toda esta ânsia de fomento que lateja no fundo da consciência nacional poderia perder-se o sentido da cultura ou relegar-se o aperfeiçoamente moral e intelectual da população para íntimo plano.

Não é assim.

(Neste momento assumiu a Presidência o Sr. Deputado Mendes do Amaral).

Empenhados numa verdadeira batalha contra o analfabetismo, com um ardor e uma compenetração inexcedíveis, alcançámos já tão boas vitórias que seria feio desastre, senão imperdoável erro, retirar aos condutores da luta os imprescindíveis meios de combate.

Marcando, e muito bom, que todas as grandes obras são feitas para o futuro, o actual Subsecretário de Estado da Educação Nacional - valor que se deslocou das nossas fileiras para ir render outro valor - afirmou-nos, há dias, com a vibração do seu entusiasmo são e fecundo:

Por muito animador que pudesse ser o verificar-se que todos os adultos sabiam ler em Portugal, nunca o seria tanto como o afirmar-se que todas as crianças portuguesas frequentam a escola.

desenvolvimento rápido do regime, colocando-lhe a abóbada e o devido fecho.

A seguir às batalhas os vencedores também se recolhem para curar as feridas.

Assim vivemos, esperando a hora de largar do novo com o ideal para os rumos maiores e definitivos.

Fui o primeiro o grande brado - do persistência, do sobrevivência.