peu, que é o mais pobre de todos e que figura no mapa mundial com uma percentagem de 3 por cento.
Da África c da Austrália, continentes formados de massa tabulares se afirma que são naturalmente pobres. Não se estranhou por isso que as prospecções e sondagens no Egipto conduzissem a débeis resultados, que as investigações na África do Norte se apodassem de medíocres e que os italianos, que foram para a Abissínia ajudados de esperanças, dali saíssem, também neste capítulo, carregados de decepções.
E da África se afirma que figura por isso apenas com 2,4 por cento da produção mundial e que, embora a sua tendência denote crescimento, esta não é regular nem se vê acentuadamente, como se esperava.
Há reservas importantes? Decerto, mas sem expressão até agora na estatística mundial.
Apesar dos terrenos sedimentares propícios, a sua promessa de jazidos parece menos ridente do que nas outras partes do Mundo. Mas, como os petróleos apresentam origem orgânica e se formam no mar. nus lagos e nos golfos, bem como nos mares interiores, se compreenderá facilmente o 'interesse relevante que. apresenta para nós na costa oriental e ocidental. Ali se recolheram indícios de importância, existem depósitos [...], indígenas utilizam a sua combustão e sondagens têm assinalado cerca da orla marítima a existência de indicadores que poderão levar a, descoberta de novos jazigos, extensíveis às zonas costeiras.
Sr. Presidente: a dimensão do.-, empreendimentos os descomunais interesses em jogo, a latitude e predomínio dos grandes condutores industriais, a preponderância e associação aos factores de guerra e paz tornam inquietante este capítulo da grande actividade do homem contemporâneo. Luta, guerra declarada, conflitos económicos e rociais. entrada em vigor da lei da selva e intervenção decisiva dos governos, movimentos de defesa, aqui e além, têm marcado a história da exploração das fontes de energia.
Houve primeiro a luta pela supremacia anglo-saxónica - de um lado Rockefeller e a Standard Oil que começou pela posse das refinarias para dominar a produção, aliando-se ainda ao caminho de ferro.
Surgiu-lhe pela frente a Royal Dutch Shell, que, avivando a rivalidade britânica, entendeu controlar os jazigos numa táctica oposta, mas por igual disputando a primazia monopolista.
Seguiu-se o combate dos governos contra tão descompassadas prepotência editaram-se leis contra os trunts: lançaram-se laxas e impostos sobre os hidrocarbonetos e os automóveis; estabeleceram-se refinarias ajudadas com petróleos brutos; recorre-se às sínteses e sucedâneos; não se esmoreceu na procura de novos jazigos.
Que significa isto?
Para quê este novo apartamento?
Que reflexos poderiam esperar-se?
Convém furtar a nossa terra a essas grandes competições desagradáveis, que não escolhem terreno para dar batalha.
O apetrechamento jurídico, como é o constante do projecto, parece-me de molde a assegurar a paz social e a vida do direito, na independência que nós, como todos os povos, podemos almejar e construir com vontade que. não cede.
A luta pela energia nos últimos anos deslocou-se.; Ocidente c Oriente fazem o teste do seu poderio, alinham os cálculos, estimam as forças industriais, mesmo que não venham empenhá-las.
Quando estivermos em Angola, em Presidente: devo chamar ainda a atenção de. V. Ex.ª para o seguinte:
Uma busca cuidadosa nos trabalhos dos especialistas Van Eck Raikes Prof. Wellington. etc. - mostra que a estes não preocupa a descoberta de jazigos petrolíferos, no acervo das suas ilimitadas opulências mineiras, e que a sua atenção incide apenas sobre os problemas derivados da gasificação dos carvões.
Esta apresenta-se como solução transcendental em virtude do fecho do abastecimento petrolífero da Pérsia, de naturais exigências de ordem estratégica e da extensão do processo Diesel às locomotivas.
A União Sul-Africana consome muito e produz pouco - 5.5 de milhões de galões, dos 592 de que anualmente carece.
Assim se pressagia modéstia na produção do óleo natural e. simultaneamente, grande futuro à indústria que acaba de nascer.
Esta lição dos nossos vizinhos, bem compreendida, deverá também aproveitar, na medida possível.
Sr. Presidente: sobre tal ordem de problemas esta (Câmara, com o já aconteceu no passado, tem posições a manter e contempla princípios que deverá defender, a todo o momento.
Somos pela nacionalização progressiva dos empreendimentos - como meritoriamente se fez na Beira, no Niassa. etc. Procuraremos conservar para os Portugueses a riqueza e os resultados do seu subsolo, embora o Estado regule as suas relações no sentido de cooperação mundial.
Em nome da justiça social e da paz pública, não deixemos que o nosso território seja campo de batalha