Agora os valores médios ponderados na venda ao público, que são os seguintes:

Bovino adulto (valor médio) ................. 18$05(7)

Bovino adolescente (valor médio) ............ 20$94(3)

Ovino adolescente e adulto (carneiro) ....... 15$73(2)

Suíno (só quanto a carne) ................... 22$37

Suíno (só quanto a gordura) ................. 15$00

Suíno (valor médio) ......................... 16$00

Do equídeo não consegui o valor médio na venda ao público.

Para se fazer uma ideia dos encargos que pesam entre o preço no produtor e no consumo, creio que convirá fazer aqui a sua discriminação, com a indicação de que quanto a despesas gerais do talho são estas as médias prevendo uma venda normal, base que servo pura cálculo de impostos tributários sociais, sendo, pois, maior em todas as épocas de deficiente abastecimento.

São os seguintes esses encargos, por quilograma:

Sobretaxa para construção do matadouro ........ $20

1$22

4$12

E de facto agora de cerca de 5$, o que. atendendo ao agravamento nas épocas de deficiência e ao lucro do talho, nos leva cerca de 30 por cento do valor da carne.

No pagamento à lavoura, quanto ao gado bovino, a partir de 1951 e com efeito em Lisboa e Porto, está em vigor uma tabela de preços com a qual se pretendeu influir no incentivo de criação da melhor qualidade. Tão escassa, porém, é a sua margem de valorização que mais não tem feito que distinguir o que já havia, sem influir na indispensável transformação para o futuro e sem ter também projecção para o consumo.

Representa, contudo, uma aceitação de princípios e o início de um novo caminho, que teremos de seguir se não quisermos continuar u ter razão para dizermos mal e a esperar que nos saia a sorte de um bife que se possa comer com prazer.

Para dar tuna ideia da sua possível incidência, e por traduzir assim uma possibilidade de nos dar uma noção do valor médio dos nossos bovinos, perdoem que aqui a refira, embora tomando um pouco mais de tempo precioso.

Os preços indicados referem-se a 15 kg de carne e são:

(Ver quadro na imagem)

Há ainda 2.ª, 3.ª e 4.ª categoria, mas o apontado é suficiente para mostrar a incidência, que se resume a uma diferença de 3$ por 15 kg, ou a $20 em quilograma, da classe mais baixa de rada categoria para a classe mais alta da categoria seguinte e depois de igual diferença dentro das categorias para as classes.

As classes definidas pelas letras A, B e C referem-se a raças e são:

Tudo se traduz, pois, numa grande confusão, maior ainda porque se baseia numa classificação sem certidão de nascimento e de idade e separada por vezes do verdadeiro valor intrínseco da carcaça, que é a verdadeira base em que se filia a classificação noutros países.

Fixemos porém os limites, que são os seguintes:

Valor mais alto por 15 kg = 238$50 (15$90 por quilograma).

Valor mais baixo por 15 kg = 184$30 (12$30 por quilograma).

No Porto são menos $50 por quilograma.

Representa esta escala de classificação e preços a tabela de garantia, tudo se passando em sua volta, puis que a partir da sua média se definem os preços dos produtos para o consumo.

Em realidade, a produção recebe menos nas épocas de oferta abundante e mais nos outros períodos.

Como nada distingue, porém, o significado da diferença no consumidor, é a pura sorte que lhe dita a origem do bife que terá que comer ou roer, visto que não pode escolher. E aqui estará decerto um defeito do sistema.

Como, porém, já vimos que para produzir l kg de carne de bovino são necessárias, pelo menos, 16 unidades forraginosas, um mínimo, pois, de 20$80, será fácil entender o nosso afastamento das necessidades e as razões do desfazer das nossas vacadas, uma vez que lhe faltou a concorrência do valor do boi de trabalho e ainda não achou a defesa na produção de leite.

Esse desfazer das vacadas deu a impressão de maior abundância em 1954, elevando o numera de meses em que a matança foi acima da média, e explica o aumento do abate de adolescentes, que os quadros que apresentei revelam.

Já o fim de 1955 nos trouxe a noção do nosso afastamento para as necessidades.

E aqui fina, como fim deste apontamento sobre a formação de preços, um grito de alarme.

Se quisermos salvar a nossa criação pecuária e não sermos uns eternos dependentes das economias dos outros, temos de rever a política de preços, de diferenciação e valorização de qualidades, que terão de levar à mudança de conceitos na criação.

A preocupação do crescimento e reposição constantes, de forma que estes paguem a ração de crescimento e a de conservação, nós apomos o nosso princípio de dar-lhe o suficiente para manter o animal vivo até que chegue a melhor altura de o abater. Vamos ganhando em idade ci que perdemos em qualidades e deixando perder valor em quilogramas que já tivemos, para os voltar a repor na Primavera seguinte. É pois em pura perda o