Herculano Amorim Ferreira.

Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.

João Carlos de Assis Pereira de Melo.

João Cerveira Pinto.

João Luís Augusto das Neves.

João Mendes da Costa Amaral.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim de Moura Relvas.

Joaquim de Pinho Brandão.

Joaquim de Sousa Machado.

José Dias de Araújo Correia.

José Garcia Nunes Mexia.

José Maria Pereira Leite de Magalhães e Couto

José Sarmento de Vasconcelos e Castro.

José Soares da Fonseca.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Luís de Arriaga de Sá Linhares.

Luís de Azeredo Pereira.

Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.

Luís Alaria Lopes da Fonseca.

Manuel Colares Pereira.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

Manuel Maria Vaz.

Manuel Marques Teixeira.

Manuel Monterroso Carneiro.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

Manuel Trigueiros Sampaio.

Mário de Figueiredo.

Paulo Cancella de Abreu.

Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.

Rui de Andrade.

Sebastião Garcia Ramires.

Venâncio Augusto Deslandes.

O Sr. Presidente: - Estão presente 68 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 10 minutos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Duarte Silva.

O Sr. Duarte Silva: - Sr. Presidente: não obstante a preceito que estabelece serem os Deputados representantes da Nação, e não dos círculos que os elegeram, a verdade, Sr. Presidente, é que todos nós nos sentimos ligados de um modo especial àqueles que pelo seu voto nos enviaram ao seio desta Assembleia e nos consideramos obrigados a trazer para aqui a expressão dos seus legítimos anseios e os seus justificados queixumes.

(Nesta altura assumiu a presidência o Sr. Deputado Augusto Cancella de Abreu)

E parece-me bem que assim seja, pois as populações necessitam de fazer ouvir a sua voz e julgo que indicados estão para tal efeito aqueles que a sua vontade livremente escolheu.

Porque assim penso, Sr. Presidente, pedi a V. Ex.ª a palavra para me referir ao entusiasmo que vai por Cabo Verde por motivo do despacho que mandou adjudicar as obras do porto grande de S. Vicente.

Os jornais já se referiram ao assunto e deram notícia dos numerosos telegramas que ao Ministério do Ultramar foram dirigidos.

Por minha parte recebi também alguns telegramas e entendi, por isso, do meu dever trazer aqui o assunto e expressar ao Governo a gratidão do povo de Cabo Verde.

Isso é aliás, tanto mais raxoável quanto é certo que a obra que se vai iniciar foi por mim várias vezes reclamada nesta Assembleia e foi por ela aprovada no Plano de Fomento, em que o Governo houve por bem incluí-la.

A obra é, sem contestação, de importância decisiva na vida de Cabo Verde.

Pode mesmo dizer-se que o seu problema n.º 1, em matéria de progresso material, vai ficar resolvido.

Realizadas as obras em projecto, assegurar-se-á a frequência do porto grande e, com ela, a colocarão dos produtos agrícolas e industriais de todas as outras ilhas, uma melhor remuneração do trabalho e, portanto, o bem-estar das populações.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - É certo que o cepticismo de alguns ainda argumenta, com a alegarão de deverem tais obras ter sido realizadas há muito mais tempo.

Não há dúvida de que, se elas tivessem levado a efeito há cinquenta ou mesmo trinta anos, outra teria sido a vida da província.

Mas a verdade é que, pelo facto de nos havermos deixado atrasar, não devemos cruzar os braços e resignar-nos n morrer ingloriamente perante uma concorrência que cada vez se mostra mais implacável.

Agindo agora, evitamos a morte certa que nos esperava e defendemos a posicão que mercê das excepcionais condições naturais do nosso porto, ainda conservamos, apesar da imprevidência e da incúria que demonstrámos.

Porque a verdade. Sr. Presidente, é que, mesmo abandonado às suas condições naturais, o porto grande continuou sendo procurado, e ainda hoje constitui, de longe, a maior fonte de receitas do orçamento da província.

É, pois, justificado o júbilo com que as populações do arquipélago receberam a notícia da adjudicação das obras.

Em nome delas quero endereçar ns mais cordiais agradecimentos ao Governo, e de modo especial a SS. Ex.as os Srs. Presidente do Conselho e Ministro e Subsecretário de Estado do Ultramar

E, se me é permitido formular um voto, que é também o sentir da gente de Cabo Verde, pediria an Sr. Prof. Dr. Raul Ventura, ilustre Ministro do Ultramar, que nos honrassse com a sua visita à província por ocasião da iniciação das obras, dando assim ao acontecimento o relevo e a solenidade, que merece.

Ainda há poucos dias tivemos o prazer de ouvir um nosso ilustre colega aludir às vantagens que resultam das visitas ministeriais às diversas regiões do País.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Cabo Verde tive disso, recentemente, a prova: alguns assuntos de importancia, que se arrastavam sem solução, foram pronta e satisfatoriamente resolvidos com a presença do Ministro por ocasião da viagem presidencial.

A visita não constituirá apenas uma honra e um prazer para nós; estamos certos de que será de real útilidade para a província.

Apresentamos, pois, a sugestão a S. Ex.ª, certos de que lhe dará benévolo acolhimento.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.