Pais católico que, graças a Deus, não conheceu nunca as perturbações da divisão religiosa (e oxalá possa dispor as coisas de modo a jamais as conhecer), país católico mais do que nenhum outro, deve, nas celebrações que o consagram, prestar a sua homenagem aquele que representa a unidade da Fé.

No plano divino, a Igreja terá sempre, de harmonia com o ordenamento providencial, o papa que mais lhe convém. Nesse plano, Pio XII não será um caso particular senão na medida em que todos são casos particulares no período do seu pontificado. PIO de, no entanto, pensar-se que neste período do pontificado de Pio XII se exigia um papa revestido de qualidades que o apontassem como excepcional, mesmo na sucessão dos papas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - É assim que, no plano humano, o Mundo o vê. Dir-se-á que se libertou da matéria e, portanto, da sujeição ao espaço e ao tempo.

Vê nos jardins do palácio que habita o milagre de Fátima e recebe no quarto onde o reteve uma grave enfermidade a visita de Cristo!

Parece ter reduzido à unidade todo o mundo dos valores. Sabemos que não pode enganar-se quando define os valores religiosos e morais; mas, ao falar dos outros valores, das outras actividades do espirito, com tal profundeza o faz que parece estar de posse da verdade total.

Fala dos problemas da ciência e da técnica como se todos lhe fossem familiares. Assombra com a universalidade do seu saber!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

que é o grande apóstolo.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - O duplo aniversário do Papa Pio XII despertou em todo o Mundo um extraordinário movimento de atenções, de venerações e de homenagens ao vigário de Cristo.

É que o Pontífice romano representa hoje, no meio dos sobressaltos, da ansiedade e das ameaças em que os povos vivem, não um principio de violência e de coacção das consciências, mas um princípio de verdade e de paz; um princípio de humanidade, de salvaguarda duma humanidade que a todos os instantes se sente ameaçada de subversão total, pela ausência de princípios morais e pêlos gestos e gritos do violência que com incrível frequência perturbam o mundo político e moral.

Aquelas homenagens universais tiveram em Portugal, cuja população é profundamente católica, a mais simpática repercussão. Por isso, estou certo de que o Sr. Deputado Mário de Figueiredo nas suas palavras eloquentes interpretou fielmente o sentir desta Assembleia e o do Pais ao assinalar condignamente nos anais da Assembleia essa data tão significativa.

As manifestações com que a Assembleia sublinhou o discurso do Sr. Deputado Mário de Figueiredo permitem-me a certeza de que interpreto os seus sentimentos registando no Diário das Sessões de hoje as saudações desta Câmara o do Portugal ao Papa Pio XII e os nossos votos e os do Pais pela sua longa vida e saúde.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Urgel Horta: - Sr. Presidente: os problemas ligados à medicina do trabalho, na organização da prevenção contra acidentes profissionais, estão nu ordem do dia, procurando-se a solução na melhoria das condições de higiene e segurança favoráveis no seu exercício. O homem é o mais alto e expressivo valor da criação. Por esse facto se impõe, com toda a justiça, uma sã política de protecção material, moral e espiritual, dando a máxima valorização a sua personalidade dentro dos grandes princípios extraídos do Evangelho.

Problema de interesse geral e apaixonante, a ele se encontram intimamente ligados factores morais o materiais que há necessidade de corrigir e acautelar, valorizando a actividade do potencial humano e afastando dos perigos da doença, da invalidez e até da morte os indivíduos que trabalham em meios insalubres.

Pretendo hoje, Sr. Presidente, abordar, dentro das possibilidades do tempo que me é concedido para o fazer, alguns aspectos médicos, jurídicos e preventivos da patologia das radiações, quer digam respeito às emitidas pêlos raios X e pelo rádio, quer sejam as que se desprendem de outras substâncias intensamente radioactivas, problema da maior actualidade e da mais transcendente importância.

Mas antes de entrar propriamente em tema de tanta complexidade seja-me permitida uma referência às notáveis manifestações de natureza cultural realizadas pela Ordem dos Engenheiros, cuja objectividade, pela sua grandeza e amplitude, devem reflectir-se profundamente na valorização do rendimento das actividades nacionais, e que não podem deixar de ser lembradas na Assembleia Nacional, dedicando-lhe o merecido, embora leve, comentário.

São bem dignas de justo louvor e especial destaque essas manifestações, como valioso serviço de ordem social e científica em favor de uma causa, plena de justiça e de nobreza, a bem do progresso da comunidade, a que o Governo vem prestando u sua melhor atenção.

A Ordem dos Engenheiros Portugueses, de que é bastonário eminente o nosso colega Daniel Barbosa, espirito cintilante ao serviço da Nação, no crescente e proveitoso desenvolvimento da sua larga actividade vem dedicando aos problemas que lhe são adstritos, com um tão cuidadoso interesse, bem merecendo a gratidão dos poderes públicos, visto estarem ligados às suas iniciativas, conceitos basilares para desenvolvimento de uma política social e económica defendida pelo Estado para elevação do nível de vida do povo português.

O último simpósio dedicado à segurança e higiene do trabalhador, no qual participaram técnicos do mais reconhecido mérito, irmanados na suprema aspiração de o valorizar moral e materialmente; de o elevar no seu aspecto social e humano, dentro dos princípios da doutrina cristã que todos perfilhamos, proporcionando-lhe saúde e vida e fortalecendo-lhe o espírito, honra a agremiação que o promoveu.