toda sua magnitude e se tornou o sen primeiro servidor.

Pela sua audácia, revestida de prudência, mobilizou a confiança d» País. Dinheiro, energia, soluções práticas, tudo reapareceu como por milagre. Habituámo-nos desde então a encarar os problemas, por mais graves que fossem, a medi-los, a vencê-los.

Não acredito, pois, que estando em causa conceder habitação digna a uns tantos milhares de portugueses que estão sem lar conveniente, não por motivo de inundação ou guerra - do que levantamos as mãos ao Céu -, mas por condições da vida social, não estando a Nação ferida por esses males, mas forte e organização e sendo este um problema que preocupa todo o mundo moderno pela grave repercussão que tem sobre o valor e a tranquilidade das nações. . .

Não acredito, Sr. Presidente, que não se possa resolvê-lo, sabendo-se para mais que estão debruçados sobre os operários devotados da renovação nacional dispondo de elementos sérios do estudo da questão . . .

Não acredito, Sr. Presidente, e com isto termino, que, sabendo-se quanto isto é indispensável para a família portuguesa e quanto se conta com ela, nau se planifique o ataque e não se conquiste mais uma vitória.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

A oradora foi muito cumprimentada.

apuro do bem-estar dos indivíduos, de que o preço e a qualidade da habitação são factores essenciais, assim tão sabidos e reconhecidos que só por pura retórica caberia demorar no assunto.

Nem convém esquecer a insídia daqueles adversários que nos acoimam, e a todos quantos temos procurado fazer ou servir a Revolução Nacional, de burgueses mais ou menos acomodados, em estado ou em potência, e desta sorte nos atreitos a debruçar-nos sobro as questões de lucro ou de ornamento da vida do que a sentir, verdadeiramente sentir, as aflições dos meãos aquinhoados nela; e, não esquecendo a insídia, há que demonstrar por actos e feitos que o é

Não deixemos, pois, que o clamor dos interesses ávidos abafe os queixumes das multidões sofredoras, e debrucemo-nos sobre os problemas da habitação verdadeiramente popular com afinco no estudo e persistência nas resoluções.

Bem haja, Sr. Deputado Almeida Garrett, bem haja por nos ter reconduzido à questão!

Ninguém mais indicado do que um módico, ou então um sacerdote, para no-la trazer, porque ninguém mais em contacto com as misérias humanas, do corpo ou da alma, de que a casa má ou cara é tantas vezes o fermento ou o meio de cultura.

Quis V. Ex.ª, quiseram outros Srs. Deputados depois, referir-se amável, generosamente, a um esforço que em tempos fiz para chamar atenções ao assunto. Que eu pudesse notar, nada se ganhou com isso senão novas colecções de dados, novas exibições de misérias, novo desabrochar de fugazes esperanças; e, para uns quantos de nós, a satisfação, logo amargurada pelo travo da inutilidade, de termos cumprido um pouco mais do nosso dever de Deputados.

Com efeito, ouvi os números que V. Ex.ª trouxe no seu aviso prévio como sendo os de moradas construídas até 31 de Dezembro de 1955 ao abrigo da legislação de fomento das moradas mais acessíveis.

Anotei-os e comparei-os com outros correspondentes, e não certamente de piores fontes, referidos a 31 de Dezembro de 1951, de que me servira para o meu próprio aviso prévio de há três anos: e pus-lhes a par ainda outros números: os dos prédios que das mesmas boas fontes me foram indicados como estando em construção no ano de 1952.

Assim pude organizar o quadro que segue, o qual bem demonstra que a iniciativa do Estado em nada se mostrou afervorada pelas considerações aqui expendidas nem pelo voto emitido no fim desse outro debate pela Assembleia Nacional.

(Ver tabela na imagem)

E um profundo desgosto me toma ao comparar estes modestíssimos progressos, sobretudo no domínio das iniciativas do Estado, com o fervor de construções que se sabe ter ido, entretanto, por essa Europa fora, além de