Nota-se que não se julgou conveniente utilizar saldos de anos económicos findos nos três anos que precederam o de 1954, e que neste último foi de 339 666 contos essa utilização. Pode dizer-se que grande parte da obra de renovação do País, desde a reforma financeira, tem sido baseada nas receitas ordinárias. O recurso ao empréstimo foi moderado em certos anos e talvez excessivo em outros, e quando adiante se examinar o desenvolvimento da dívida verificar-se-á também a evolução dos seus encargos.

Em quanto pesam os empréstimos nesta diferença considerável entre as receitas e as despegas extraordinárias?

A quanto corresponde a evolução da receita ordinária nos rendimentos globais ano a ano?

Como se comportam as receitas orçamentadas em relação às efectivamente cobradas?

No quadro seguinte dão-se, desde 1938, o conjunto das despesas e as diferenças do que se orçamentou e efectivamente cobrou:

(ver quadro em imagem)

A diferença, nos últimos anos, oscila entre 600 000 e 750 000 contos e tem sido quase sempre substancial.

Relação entre as receitas ordinárias e as extraordinárias Os excessos de receitas ordinárias sobro idênticas despesas comandam em grande parte a obra realizada, expressa no capítulo das despesas extraordinárias. Esses excessos são, em geral, volumosos, como se nota no quadro da coluna seguinte para os três últimos anos.

(ver quadro em imagem)

O excesso de 1957 é um pouco superior ao de 1951, mas inferior aos de 1952 e 1953.

O recurso ao empréstimo tem sido pequeno nos últimos anos, como se nota no quadro a seguir, que os não inclui:

(ver quadro em imagem)

As receitas extraordinárias em 1954 são quase na sua totalidade constituídas por saldos de anos económicos(339 666 contos).

Origem das receitas ordinárias Deram-se aumentos apreciáveis nos quantitativos dos impostos directos e indirectos, sobretudo nos últimos que subiram de 2 235 600 contos em 1953 para perto de 2 420 000 contos em 1954. Este acréscimo foi derivado de desenvolvimentos na importação, como se verificará adiante, e fez regressar à percentagem habitual - à roda de 38 a 40 - o peso dos impostos indirectos no conjunto das receitas ordinárias.

No caso dos impostos directos, que em conjunção com os indirectos formam mais de dois terços do total das