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Apesar da baixa apreciável nos direitos de exportação, ainda a maior valia no conjunto, relativamente a 1903 subiu a 152 600 contos.

Os direitos aduaneiros representam alta proporção dos impostos indirectos - cerca de 78 por cento. Variações de pequenas percentagens nesses direitos afectam, pois, o conjunto, que representa cerca de 40 por cento do total das receitas.

Comércio externo Atendendo à publicidade ultimamente feita aos números do comércio externo, talvez não valesse a peara repeti-los neste parecer.

Por uma questão de apoio às considerações formuladas todos os anos, como comentário à balança comercial e de pagamentos do ano em apreciação, continuar-se-á a inserir os números, na forma costumada.

Dado o tradicional déficit da balança do comércio da metrópole e de quase todas as províncias, ultramarinas e a relativamente pequena receita de invisíveis resultante de transportes marítimos, onde Lá ainda déficit-, e da emigração e do turismo, a vida da comunidade portuguesa reage sensivelmente às perturbações do seu comércio externo. Pode afirmar-se depender dele, em grande parte, o desafogo e até a vida social e o bem-estar do povo português.

Uma, análise circunstanciada e profunda da actividade económica deste século - e podia aplicar-se grande parte das conclusões à segunda metade do século passado - mostra a tremenda influência do comércio externo na vida social e até política do País. Crises económicas e políticas se podem atribuir na sua origem a fenómenos relacionados com a compra, venda ou procura de produtos nacionais e estrangeiros.

Por exemplo: logo que o poder de compra interno se modifica no bom ou mau sentido, por motivo de melhores ou piores colheitas, de actividade mais ou menos propícia, os até de balança de pagamentos mais ou menos favorável, é certo haver repercussão nas importações.

Elas sobem com o aumento do poder de compra. E se forem estudados em pormenor os produtos sobre que incide a procura, na importação, logo se nota especial intensidade, com maiores valias, naqueles em geral ma!» indesejáveis e menos produtivos, como, por exemplo, em 1954, a rubrica «Veículos», que compreende automóveis. Para ter ideias claras sobre a evolução do comércio externo num longo período, publicam-se a seguir os números a partir de 1929, no início da reforma financeira:

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Só houve um período, traduzido em escudos do ano, em que os valores da importação ultrapassaram os de 1954. e esse ano foi caracterizado por excessos de meios monetários em poder do público.

Tem até certo ponto auxiliado a balança do comércio a evolução dos termos de comércio.

Os valores unitários, sem serem inteiramente favoráveis, mantiveram-se nalguns anos inferiores, na importação, aos da exportação nacional. Houve ainda sentido

favorável em 1954, com influência na balança de - comércio. Os valores unitários na importação e na exportação foram, respectivamente, d 3.057$ e 3.357 ou cerca de 300$ a favor da tonelada exportada. Em 1953 a diferença para mal foi apenas de 80$. Uma baixa nos preços dos produtos exportados pode influir muito na balança de comércio.

 tonelagem aumentou, tanto na importação como na exportação - mais na primeira do que na segunda -,