mas a diferença entre os aumentos foi menor do que à primeira vista poderia, parecer. Contudo, a exportação em tonelagem ainda está aquém dos dois anos de 1951 e 1952, embora ela seja superior em 309 000 t à de 1953. Convém, por todas estas razões, esmiuçar os números, dada a importância que eles têm na vida económica nacional, e, portanto, na vida financeira do País, visto esta não ser mais do que o reflexo daquela. As importações subiram para 10 085 000 contos - mais 572 000 contos do que em 1953. São só a subida foi maior do que a descida de 1953, em relação a 1952, como ainda ela não é tão favorável quando se examinam qualitativamente as importações, como se fará adiante. Os números por classes pautais são os seguintes:

(Ver quadro na imagem)

Alguns valores desceram, como o das substâncias alimentícias; outros mantiveram-se em nível idêntico ao do ano anterior, como o das máquinas e aparelhos, etc., em que houve aumento inferior a 100 000 contos, e o das manufacturas 'diversas; e, finalmente, o valor das matérias-primas cresceu .muito - mais 007 000 contos do que em 1953-, enquanto que nos fios e tecidos, paradoxalmente, houve o acréscimo de perto de 60 000 contos. O País tem possibilidades de abastecimento nesta última rubrica.

O caso mais sério é o das matérias-primas. Felizmente, as que mais pesam vêm das províncias ultramarinas, como o algodão e as oleaginosas.

Mas há os óleos minerais a ofuscar - com 916 000 contos em 1953- o panorama da balança do comércio metropolitano, e ver-se-á que também do ultramarino, além dos carvões ou hulhas, que, apesar do esforço despendido em matéria hidroeléctrica, pesam ainda, com a antracite e o coque, em mais de 200 000 contos. A influência dos combustíveis no comércio externo ultrapassa l 100 000 contos.

Adiante se examinarão em pormenor as principais mercadorias importadas. Subiram em peso e em valor as exportações, mas o seu valor unitário desceu ligeiramente.

Os avanços, em relação a 1953, deram-se nas matérias-primas, nas substâncias alimentícias, nos fios e tecidos e ainda nas manufacturas diversas.

O quadro seguinte indica por classes as exportações, comparadas com anos anteriores:

(Ver quadro na imagem)

Para a exportação de alguns produtos nacionais, como a cortiça e as conservas, pode considerar-se bom, relativamente a períodos anteriores, o ano de 1954. A melhoria nos preços das conservas provocou a intensificação da pesca; e na indústria das cortiças a alta deste produto trouxe maiores valores à exportação. Continuam a melhorar as relações entre n metrópole e as províncias de além-mar.

Houve um déficit com países estrangeiros, no total de 2 897 000 contos, e um saldo com o ultramar, de 109 000 contos.

O saldo negativo com o estrangeiro desceu e está longe da volumosa cifra de 1948, mas ainda se aproxima dos 3 milhões de contos. A relação entre o que se exporta e importa subiu para 65,4 por cento, mas a cifra é baixa para as necessidades da balança de pagamentos. Com as províncias ultramarinas há quase equilíbrio, com ligeiro pendor a favor da metrópole. Este pendor -e, de modo geral, o comércio com o ultramar- pode melhorar sensivelmente.

O saldo final da balança do comércio arredondou-se em 2 788 000 contos, e dá uma relação entre o que se exporta e importa, incluindo o ultramar, da ordem dos 72,4 por cento.

O quadro seguinte indica a súmula do comércio externo.