Parece terem desaparecido dificuldades de moeda e, embora estejamos longe da convertibilidade ale entre países associados, os obstáculos do comércio internacional também se atenuaram bastante.

A repartição do comércio externo metropolitano reflecte um pouco esta tendência, que se observa no quadro seguinte, que mostra os valores em milhares de contos e as respectivas percentagens:

(Ver quadro na imagem)

Comparando os números de 1938 e 1954, notam-se algumas diferenças de interesse, sobretudo quando se examinam as percentagens.

Em primeiro lugar verifica-se aumento substancial no comércio com o ultramar. A percentagem na importação subiu de 10.] em 1938 para 17 em 1954. Deu-se também melhoria de 1953 para 1904 como assinala o quadro.

Nos países participantes, donde importámos 62,14 por cento das mercadorias para consumo em 1904, houve aumento. Quer dizer: em 1904 n importação voltou ao sentido primitivo que é o dos países da Europa Ocidental.

Na exportação já as coisas assumiram um aspecto diferente. A percentagem da exportação para o ultramar foi mais do dobro da de 1938, sinal de aumento do poder de compra nas províncias de além-mar; mas diminuiu em relação a 1903.

No que se enviou para países participantes houve melhoria tanto no quantitativo, em contos, como na percentagem, que subiu para 48.7. Mas o facto foi neutralizado pelas subidas nas importações, como se referiu acima.

Houve que procurar (mercados para os produtos nacionais fora da Europa Ocidental, dada a recusa dos países participantes na compra dos nossos produtos.

Os saldos da balanço confirmam este desequilíbrio do comércio externo. Com o ultramar o saldo foi positivo, de 109 000 contos; com os países participantes atingiu uma diferença para menos de 3 milhões de contos em 1953 e perto de 2800000 em 1904, o que é considerável.

Os países europeus maiores fornecedores do consumo nacional foram, em 1954, o Reino Unido, a Alemanha e a Bélgica.

Os déficits da balança do comércio com cada um deles arredondaram-se, respectivamente, em 410 000, 874 000 e 474 000 contos. O caso da Alemanha é sério. O deficit da balança de comércio da metrópole com este país avizinhou-se de 900 000 contos, ou cerca de um terço do deficit total da balança metropolitana, o que não parece razoável.

Com os Estados Unidos a balança é negativa em perca de S(i 000 contos, e fora positiva em 1953.

Principais importações As grandes rubricas da importação consistem em matérias-primas e máquinas. Entre as primeiras ocuparam em 1954 o primeiro lugar os óleos minerais, com 916 300 contos, logo seguidos pelo ferro e aço e o algodão, com, respectivamente, 773 700 e 708 700 contos.

Se juntarmos os carvões (hulha, antracite e coque), quase atingimos o déficit da balança de comércio.

O algodão vem em grande parte do ultramar e por isso não afecta a balança de pagamentos.

Dada a constituição da balança do comércio e o estado actual da produção interna, não parece difícil reduzir a influência do comércio externo na balança de pagamentos, na hipótese de se manterem os actuais consumos. Há, porém, necessidade de melhorar muito a produtividade na produção interna e de procurar reduzir nu Europa o déficit com alguns países, como a Alemanha, o Reino Unido, a França, a Holanda e a Suíça. Em 1954 as principais importações foram as que constam do quadro seguinte.