Já atrás se mencionaram alguns números da tabela, reduzidos a valores reais.

É financeiramente salutar a subida das despesas ordinárias, ressalvando, é claro, a eficiência do seu emprego, que não pode ser medida pelo simples exame das cifras. Um país que pretende recuperar em poucos anos os seus- grandes atrasos em relação a outros de iguais aspirações, raça e civilização tem necessariamente de fazer progredir a sua despesa ordinária. De resto, a ela se adia ligado o desenvolvimento das actividades nacionais, numa medida tanto maior quanto mais saliente for o atraso da economia privada.

A influência da distribuição da despesa do Estado em economia restrita, ou incipiente, pesa mu Ho. O próprio poder de consumo da população é influenciado também pelo volume da despesa ordinária. O estudo comparativo dos dois grandes capítulos orçamentais -o das receitas e o das despesas ordinárias-. a partir de 1938. é elucidativo do ponto de vista financeiro ou antes orçamental. Mostra desnível importante entre as receitas e as despesas, sempre no sentido favorável às primeiras. Também indica, salvo dois anos nas receitas e apenas um nas despesas, aumentos em relação ao ano anterior. A partir de 1946 os aumentos nas receitas foram variáveis - com um máximo de 572 500 contos neste ano e um mínimo de 114 600 contos em 1948, vizinho do de 1954. que foi apenas de 121 800 contos. No caso das despesas a progressão foi quase sempre crescente a partir de 1943. Apenas l950 e 1952 fogem um pouco à regra de aumentos superiores a 200 000 contos por ano.

E é interessante assinalar que o acréscimo total das receitas, em valores do ano, desde 1938, já passa de 4 milhões de contos, contra cerca de 3 200 000 contos nas despesas, como se verifica no quadro seguinte;

As despesas orçamentadas e pagas O exame dos números mostra que se manteve a diferença para menos de anos anteriores entre as despesas orçamentadas e as pagas. Essa diferença em 1954 foi da ordem dos 400 000 contos, ou cerca de 8 por cento do total pago.

No quadro seguinte indica-se, por Ministérios, o que foi orçamentado e pago e onde se deram as menores valias de maior peso no conjunto:

As diferenças para menos superiores a 50 000 coutos deram-se- nos Ministérios das Obras Públicas e da Economia, embora a redução neste último seja mais aparente do que real, como se explicará adiante. Também houve- apreciáveis menores valias na dívida pública, encargos gerais e Ministério da Educação Nacional. Nalguns casos é difícil de compreender a diferença para menos, dadas as necessidades dos serviços.