ferentes e variados países. E os próprios beligerantes, reconhecendo os direitos e a imparcialidade da administração portuguesa e as vantagens dum terreno neutro nos horrores duma guerra sem tréguas, souberam respeitar a sua função humanitária e generosa.

Não vive isenta de dificuldades a província de Macau e as contas revelam-nas. Na sua vida modesta os portugueses da China têm sabido manter em paz n preciosa jóia legada por nossos maiores que viveram há quatro séculos.

Macau tem condições, com o reaparecimento das rivalidades internacionais, de ser no Oriente um luminoso e próspero oásis de paz, com relações amistosas com todos os povos que rodeiam a província. E a paz é a mãe da prosperidade. Finalmente, Timor tem sido muito ajudada pela Mãe-Pátria, principalmente no transe difícil por que passou durante a última guerra. Não se pode dizer que o auxílio prestado tivesse tido sempre a melhor aplicação. Mas parece que a província encontrou de novo o rumo do progresso. Impõe-se lá, como aliás nos outros territórios nacionais, um esforço no sentido de aproveitar os recursos potenciais que parecem ser suficientes para melhorar bastante o nível de vida de uma população que, em sua grande maioria, tem orgulho em fazer parte da comunidade nacional.

Todos os anos, a partir de 1948, a metrópole tem auxiliado a província com empréstimos e subsídios, que já sobem a mais de uma centena de milhar de contos.

Timor necessita de atenuar os saldos negativos da sua balança do comércio, que atingiu quase 4 milhões de patacas em 1954. E não parece ser difícil reforçar as exportações do precioso café que consegue produzir e de produtos, como a copra e outros, de menor valor, que, somados, podem contudo influenciar o saldo final reduzir o déficit comercial quase permanente. Os territórios portugueses na Europa, África e Ásia desenvolveram bastante a sua actividade económica, a partir do fim da guerra. O índice que melhor pude dar o grau de progresso, nas condições actuais, é o do movimento do seu comércio externo e, nas províncias de Moçambique, índia e Macau, o produto, traduzido em moeda, dos serviços que na balança de pagamentos se contém na rubrica dos invisíveis.

Seria vantajoso; para boa elucidação do ritmo de desenvolvimento económico de todos os territórios nacionais, estudar minuciosamente os aspectos de maior relevo da balança de pagamentos, vista em conjunto e, parcialmente, por territórios. O grau de equilíbrio de cada um deles resultaria com maior clareza da análise.

Mas não é possível, por falta de elementos, ir tão longe. Contudo, há um índice que permite dar ideia geral da evolução da actividade de cada uma das províncias. Se ele existisse em todos os territórios como em Moçambique, onde parece serem conhecidos os números relativos a serviços prestados a territórios vizinhos, o problema do exame do ritmo de progresso ultramarino seria mais simples.

Comércio externo Reportando as cifras a 1938, ano anterior à segunda grande guerra, e a 1950, no começo do conflito da Coreia, que trouxe modificações serás na estrutura dos preços, pôde organizar-se um quadro das importações, exportações e saldos de todos os territórios nacionais naqueles anos e em 1934. É o que segue:

(Em milhares de contos)

«Ver tabela na imagem»

Nota. - Não são mencionados os valores de Macau por motivo de, não havendo alfândegas na província, não oferecerem confiança os números publicados nas estatísticas respectivas. Os da índia são provisórios. Não existem valores para as importações da Guiné um 1954.

Alguns números de 1954 são provisórios, como os da índia e Timor, e não foi possível obter elementos para a Guiné.

Tendo em vista estas restrições, o comércio externo, visto em conjunto, somava 5 155 600 contos em 1938 e atingia 29 208 600 contos em 1954. Há que introduzir duas correcções nestes números: a primeira refere-se às importações e exportações de cada um dos territórios da ou para a metrópole - o que equivale a dizer que os números da metrópole deveriam ser deduzidos do comércio com o ultramar; a segunda diz respeito às importações e exportações de cada província de ou para outros províncias.

As correcções enunciadas dar-nos-iam o total do comércio externo dos territórios nacionais com o estrangeiro. Confia-se em que num dos próximos pareceres seja mais fácil introduzir todas estas correcções, só