Parece haver necessidade de intensificar os estudos relativos à produção pecuária e agrícola. A província tem óptimas aptidões para produzir maiores quantidades de produtos de exportação.
A exportação anual anda à roda, no último triénio, de 185 000 contos. Não se sabe qual foi a importação pelo atraso da estatística e não é possível continuar deste modo a vida da província. Há necessidade de tomar medidas urgentes no sentido de actualizar o que está atrasado, tanto nas contas como no comércio externo.
As verbas mais importantes nas obras públicas referem-se à construção de imóveis (cerca de 2500 contos) e à sua conservação (772 contos).
As receitas consignadas a correios, telégrafos e telefones elevaram-se a 5129 contos e as despesas totalizaram idêntica quantia.
As restantes despesas dos serviços de fomento, todas inferiores a 1000 contos, terão de ser naturalmente reforçadas com o desenvolvimento económico da província.
Contos
2 008
A maior verba é a de pessoal.
Encargos gerais
Como nas outras províncias, cabem dentro da rubrica as mais variadas aplicações, de que se discriminam algumas a seguir:
Contos
Adicional de 1/2, por cento ad valorem sobre a
exportação, a favor da Associação Comercial,
Em Quotas-partes inscrevem-se diversas aplicações, como 321 contos para o Instituto de Medicina Tropical, 220 para o Hospital do Ultramar, 82 para o Gabinete de Urbanização, 206 para a Agência-Geral do Ultramar, 66 para a Junta das Missões Geográficas e de Investigações do Ultramar, 293 para a construção do Palácio do Ultramar e ainda outras de menos importância.
Com subsídios as verbas mais importantes dizem respeito aos estabelecimentos de ensino particular liceal, com 298 contos, e nos correios, telégrafos e telefones, com 2000 contos. Esta verba deve representar parte do déficit destes serviços, visto em despesas de fomento e em consignações de receitas estarem inscritas importâncias iguais.
inalmente, em Outras despesas há uma infinidade de pequenas verbas, que incluem comunicações, ajudas de custo, subsídios de viagem e de demora em portos de escala inerentes a deslocações, diferenças de câmbios, passagens, despesas eventuais, bolsas de estudo, auxílio a estudantes, conferências internacionais e muitas despesas com serviços de exames, e ainda outras.
(ver tabela na imagem)
Em receita orçamental cobrada compreendem-se as inscrições orçamentais, tais como lucros de amoedação ou outras; em outros recursos podem inscrever-se saldos de anos económicos findos, créditos revalidados, como por exemplo em 1954, e receitas de outras origens; e, finalmente, a terceira coluna exprime empréstimos contraídos.
Este modo de classificação não é claro; por isso seria vantajoso, de futuro, estabelecer uma conta exactamente igual à da metrópole, onde se inscreve a origem das receitas extraordinárias: amoedação, empréstimos, saldos de anos económicos findos e outras rubricas, dando os totais para a gerência e anos do exercício económico, incluindo o que transitou revalidado de anos anteriores - se não for achada melhor fórmula.
Como se nota no quadro acima transcrito, as receitas extraordinárias provenientes de empréstimos só tiveram expressão a partir de 1950. A situação financeira não é brilhante, apesar dos saldos. O Fundo de Fomento Nacional concedeu em 1953 um empréstimo de 78 000 contos (Decreto de 21 de Março de 1953), a mobilizar até 1958 e destinado ao Plano de Fomento. Inscreveram-se 10 000 contos nas receitas extraordinárias para esse fim.
Convém indicar nas contas o destino dos empréstimos, o qual se não apreende bem agora nas cifras da conta de gerência.