A trabalhar com objectivos afins e verbas adstritas em certos casos a objectivos semelhantes há diversos organismos de coordenação económica, que utlizaram verbas em melhorias ou investigações de carácter agrícola, como a Junta de Exportação dós Cereais, a Junta de Exportação de Algodão, a Junta de Exportação do Café e a Junta de Exportação de Angola, além dos serviços administrativos através dos governadores, administradores e chefes de posto e ainda outros.

Quer dizer: para tratar de assuntos técnico-económicos relacionados com o solo e seu bom aproveitamento existem diversos organismos independentes.

O problema fundamentalmente é um só; as suas soluções são as de um conjunto técnico-económico. Todos tem de estar subordinados às aptidões e características de climas e solos de diversa natureza numa vasta extensão, que compreende as mais variadas perspecti vas.

Além da dispersão de esforços, ainda se não organizaram métodos de financiamento adequados que permitam a evolução progressiva das explorações agrícolas ou pecuárias. O crédito em Angola só pode ser eficaz desde que seja baseado em seguros elementos de natureza técnico-económica. Tirando poucas centenas de propriedades com raízes bem assentes na terra, propriedades rústicas na acepção europeia da palavra, e por isso com valor real definitivo, há uma infinidade de explorações que ainda não atingiram a maturidade, sobretudo as situadas, como muitas vezes acontece, em locais impróprios, por suas características ecológicas, para produções que tentam desenvolver.

E em muitas, de orientação europeia, os rendimentos específicos, como no caso do açúcar, ainda são baixos em comparação com idênticos rendimentos em outras regiões, até menos próprias para essas culturas.

Estas questões são tratadas noutra secção deste parecer com maior pormenor e objectividade . Apenas se deseja agora vincar a dispersão de verbas e esforços num dos mais importantes problemas da província de Angola, que é o problema do seu futuro económico, na parte relativa à agricultura, pecuária e serviços florestais. Por despesas ordinárias e extraordinárias, as verbas despendidas com o fomento agro-pecuário e florestal são as seguintes:

contos

Florestais ........ 7 451

Por despesas extraordinárias:

Fomento agro-pecuário (Cabinda) ....675

Pelo Plano de Fomento:

Pelo Fundo de Fomento:

Fomento Agrícola . 23

Fomento florestal . 2 463

Temos, assim, pelas despesas ordinárias e extraordinárias, o consumo de 65 613 contos na agricultura, pecuária e serviços florestais. Há que deduzir 22 546 contos no Plano de Fomento, gastos nas obras do Cunene, que formam uma conta à parte. O saldo, ou 43 067 contos, representa, mais ou menos, a dotação dos serviços, visto ainda terem de ser consideradas algumas verbas,- como a do subsídio para fomento agro-pecuário, concedido pela Junta de Exportação, e possivelmente algumas derivadas de subsídios concedidos através do capítulo 10.º, que regista os encargos gerais da província.

Deve dizer-se que para tão grandes necessidades são bem poucas as dotações, até contando os trabalhos de alguns organismos de coordenação económica, como os do algodão e café. Quase toda a verba serve para pagar ao pessoal dos quadros, contratado e assalariado, e as despesas de fomento agrícola. Divide-se assim:

Contos

Fomento agrícola ...... 2 858

Há a acrescentar na verba do pessoal o que compete à duplicação de vencimentos.

Os 10 475 contos, acrescidos do que se menciona acima, que não é muito, servem para pagar os serviços agrícolas em toda a província. Fazem parte desses serviços um laboratório químico-agrícola, um gabinete de botânica, estações e delegações regionais agrícolas e brigadas técnicas do Zaire, de Malanje, do Bié, de Nova Lisboa e da Huíla, além de um laboratório de fitopatologia e entomologia (Nova Lisboa). A despesa ordinária destes serviços foi de 9 555 contos. As verbas mais importantes relacionam-se com pessoal e semoventes (animais). Pode discriminar-se assim:

Contos

Além dos serviços centrais, onde se contabiliza a maior parte das dotações de pessoal e material, há a considerar diversos laboratórios de patologia veterinária (Luanda, Nova Lisboa, Lobito, Sá da Bandeira e Moçâmedes), delegações e subdelegações de sanidade pecuária em Luanda, Uíge, Malanje, .Santo António do Zaire, Damba, Vila Henrique Carvalho, Benguela, Lobito, Vila Nova de Seles, Vila Mariano Machado, Nova Lisboa, Bié, Vila Luso, Sá da Bandeira, Quilengues, Caconda, Quipimgo, Moçâmedes, Gambos, Pereira de Eça, Artur de Paiva, Vila Arriaga e diversos postos de reprodução (sete) e tanques carracicidas (onze).