fundos indispensáveis a uma tarefa que constitui hoje, sem qualquer espécie de dúvida, o problema-base da província.

30. Por último dá-se uma nota do escalonamento dos fundos indispensáveis para a execução do plano rodoviário de dez anos -, em contos:

As contas de 1954, nas despesas extraordinárias, incluem a verba paga de 100 000 contos.

Como o trabalho prossegue em grandes empreitadas., que se não executam integralmente durante os anos eivas, há necessidade, à semelhança da metrópole, de conceder autonomia de pagamentos, levantando as verbas na medida das necessidades. Procurou-se dar certo desenvolvimento no parecer do ano de 1954 às estradas de Angola, porque, na verdade, ele se pode considerar actualmente o seu problema número um, se é possível, num país em desenvolvimento, seriar os problemas.

Mas a actual situação., pelo que toca a estradas, requer urgentes, providências. Toda a vida económica da província se ressente da sua falta ou do mau estado do que existe.

Ainda há outra questão de importância que necessita de ser vista à luz das necessidades modernas: é a da conservação.

As autoridades administrativas têm, indubitavelmente, prestado um grande serviço na matéria, e poderão continuar a prestar o seu auxílio. Mas parece que o sistema actual não poderá continuar, pelo menos nos moldes em que assenta agora.

Com a construção, de novos pavimentos há-de pôr-se um novo problema, que necessitará de boa resolução, tanto mais que as condições climáticas da província requerem, em muitas regiões, cuidados especiais na c onservação de pavimentos rodoviários.

Finalmente, deve acrescentar-se que, dado o desenvolvimento do tráfego nos últimos tempos -como pode ler-se nas estatísticas das exportações e do comércio externo, no que diz respeito á importação de veículos motorizados para transporte-, as economias realizadas em combustível, óleos, peças e amortizações são de tal maneira grandes que em breve compensarão o esforço feito no sentido de prover a província com um sistema fundamental de vias adequadas. Não se desenvolverá esta rubrica, não só por falta de elementos que possam elucidai sobre o custo das obras, .como ainda por não ser possível, no actual momento, traçar uma ideia geral da política seguida.

Formou-se um organismo especial destinado à construção de edifícios do Estado. Ele exerce a sua acção em toda a província.

Parece, na verdade, ser este um modo eficaz de assegurar especialização e economia, mas, no presente momento, o relator das contas não se poderá pronunciar sobre o assunto. E com melhor estudo talvez seja possível, no próximo parecer, entrar mais profundamente no problema.

Inscreveram-se em despesas ordinárias, na rubrica «Construções e obras novas», para a construção de edifícios 30 000 contos, que, com créditos abertos durante o ano, se elevaram para 45 000 contos. Pagaram-se 41 255 contos.

Do mesmo modo se inscreveram para conservação de imóveis 25 000 contos, que, somados a créditos abertos durante o ano, deram a autorização final de 29 000 contos, de que se pagaram 28 246 contos.

Ao todo, pelo orçamento das despesas ordinárias gastaram-se em edifícios - 69 501 contos.

Há a acrescentar as despesas extraordinárias. Neste capítulo a verba paga para edifícios e monumentos foi de 17 195 contos.

Ainda pelo Fundo de Fomento se destinaram à construção, aparelhagem e mobiliário de hospitais e outros centros sanitários 2536 contos. Assim, para edifícios as contas indicam:

Contos

A cifra denota certo ritmo de construção de edifícios. Não parece ele poder afrouxar nos anos mais próximos, dadas as necessidades de instalação dos serviços e os inconvenientes de habitação imprópria de funcionários, sobretudo no interior, às vezes em regiões de mau clima. Parece haver vantagem em estabelecer prioridades para a execução dos edifícios e atender em primeiro lugar os que correspondam a imperiosas necessidades de higiene e conforto nas zonas de pior clima.

A construção em África, em zonas tropicais, tem naturalmente de atender a condições diferentes das dos climas temperados, tanto arquitectònicamente como do ponto de vista da sua estrutura. A abundância de luz, calor e humidade em certas regiões e em certas épocas do ano é factor de grande importância na construção de um edifício tropical. A própria diferenciação notada na metrópole entre as zonas nortenha e do Sul devia ser indicativo seguro da influência e importância do clima.

Há queixas, aprese ntadas ao relator das contas, sobre inconvenientes de algumas das actuais construções, quando se consideram os aspectos acima mencionados. Chama-se para isso a atenção dos serviços de urbanização que funcionam no Ministério do Ultramar.

Não se consideram, nesta breve resenha sobre edifícios, as construções feitas através dos governos dos distritos nem aquelas que foram financiadas por verbas globais, como no colonato da Cela e nas obras do Cunene.