de créditos revalidados, que naturalmente também contêm saldos de anos económicos findos, de excessos de receitas, de saldos do Fundo de Fomento e, em menor quantitativo, de outras origens.
Com a gradual diminuição dos saldos de anos económicos findos, estudados noutro lugar, a província terá de recorrer a empréstimos- para alargar os planos de desenvolvimento económico, que é mister aplicar. Tem, pois, de iniciar uma época de compressão de despesas, isto é, de reduzir a despesa nos objectivos de menor utilidade económica e social.
Despesas extraordinárias
Contos
As despesas extraordinárias desdobram-se por três rubricas principais, como segue:
Plano de Fomento:
Povoamento, enxugo e rega Cunene e estudos do Cuanza. 22 547
Aproveitamento hidráulico das Mabubas .......... 18 009
Caminho de Ferro do Congo .... 1 948
Caminho de Ferro de Moçâmedes até Serpa Pinto 97 500
Porto do Lobito . 34 174
Fundo de Fomento:
Planos de estradas 100 000
Fomento agro-pecuário. 675
Financiamentos .... 1 000
31 669
Assim, as despesas extraordinárias em 1954 assumiram a forma seguinte:
contos
Aproveitamentos hidroeléctricos .... 75 014
Prospecção mineira e geológica .... 12 236
Estradas ............... 100 000
A existência do Fundo de Fomento - entidade autónoma, administrada fora das contas por uma comissão administrativa - não dá o significado real às verbas para despesas extraordinárias que fazem parte do orçamento. Adiante se apreciará o que também se gastou por força das receitas daquele Fundo e a sua origem.
Povoamento rega e energia
Por isso apenas levemente se referirão as características de algumas, a que ainda se não aludiu.
O projecto de povoamento, enxugo e rega do Cunene faz parte do Plano de Fomento para o Ultramar e tende ao aproveitamento das possibilidades energéticas do rio e sua transmissão para Sá da Bandeira e litoral e ao enxugo e rega de terrenos do Cunene, para fixação de populações europeias e desenvolvimento da pecuária. O assunto foi então estudado e já em outro parecer se fizeram mais pormenorizadas referências ao esquema.
A 1.ª fase do aproveitamento das Mabubas, no rio Dande, incluído em «Aproveitamentos hidroeléctricos», produz energia para Luanda. Não parece ter sido feliz o esquema, dado o custo da energia e o capital despendido, bastante diferente do orçamentado. Este é mais um exemplo da. necessidade de cuidadosos estudos antes de levar a efeito a empresa. A zona de Luanda tem grandes possibilidades energéticas no Cuanza, que, numa 1.ª fase, deveriam ter prioridade sobre qualquer outra.
O Biópio, no rio Catumbela fornecerá energia para a zona do litoral - Benguela e Lobito.
Caminhos de ferro
Deve ser uma obra dispendiosa e talvez pudesse ter sido substituída por uma boa estrada, pelo menos durante alguns anos.
O prolongamento do Caminho de Ferro de Luanda até ao Lui procura atingir a Baixa de Cassanje, que parece ter grandes possibilidades algodoeiras. A zona atravessada no distrito de Malanje é rica e de possível grande desenvolvimento no futuro. Contudo, parece ser de utilidade fazer um cuidadoso estudo técnico-económico sobre se valerá ou não a pena por agora ir mais longe.
Finalmente, o Caminho de Ferro de Moçâmedes procura atingir Serpa Pinto, atravessando o Cunene em Matala. Tende a servir a nova zona aberta agora pelos trabalhos em curso de enxugo e rega no vale do Cunene. E uma via de penetração, que continuará a ser deficitária ainda por bastantes anos.