Os elementos relativos a 1938 e 1954 suo estimativas.

Considerando o mesmo período, nota-se subida apreciável uns capitações do comércio externo, tanto no caso da importação como no da exportação.

Esta última desenvolveu-se bastante nos últimos anos, sobretudo a partir de 1950.

São conhecidas as causas. Basta agora relacionar as capitações nos dezasseis anos para dar ideia da sua evolução.

No quadro seguinte indicam-se as importações e exportações e o saldo positivo para os anos que decorrem desde 1938, em contos:

(Ver Quadro na Imagem).

Verificou-se aumento substancial, tanto nas importações, como nas exportações a partir de 1938, acentuado a partir de 1900.

O saldo positivo em 1934, por motivo do grande desenvolvimento das importações e da baixa nu exportação, diminuiu, porém, relativamente a anos anteriores, e já só verificou no texto do parecer que se mantiveram as exportações, com excepção do café.

O saldo atingiu 1 060 000 contos em 1953. À quebra de 857 000 contos para 203 000 coutos, num ano, revela maus presságios.

A capitação do comércio externo, das receitas e das despesas A capitação do comércio externo no período de 1938-1954 consta do quadro seguinte:

(Ver Quadro na Imagem).

Apesar do aumento demográfico e sua descida em 1904. as exportações mantiveram uma capitação progressiva, que ainda pode acentuar-se. A província necessita, porém, de cuidar da sua população, porque ela deve contribuir muito para o aumento do seu poder económico.

Parece não ser difícil alargar bastante a capitação do comércio externo. Um outro índice de interesse é o que se refere a capitação das receitas e despesas ordinárias no período considerado, isto é, no período de 1938-1954. Indica-se nos números seguintes:

(Ver Quadro na Imagem).

Nota-se que entre 1938 e 1950 o aumento na capitação das receitas foi de 140$, idêntico (132$) ao do período de 1950-1954. Angola, em matéria de receitas - e o mesmo se pode afirmar no caso das despesas -, progrediu bastante no segundo período considerado, de quatro anos, em relação ao primeiro-que foi de dez anos. Os índices que definem as capitações do comércio externo e das receitas e despesa mostram que a província entrou no caminho do seu desenvolvimento económico e o exame das exportações indica a incidência e até concentração de esforços sobre dois ou três produtos que constituem hoje o esteio do desenvolvimento da economia angolana.

Em que condição se opera a exploração? Quais são neste momento as possibilidades de manter as posições adquiridas? Que medidas tomar no sentido de fazer crescer e diversificar a exportação provincial, de molde n poderem ser convenientemente dominadas as variações de preços neste ou naquele género agrícola?

Como resultante de inquéritos feitos ultimamente, podem dar-se algumas notas sobre a situação actual. O problema é complicado, porque envolve a consideração de uma série de factores que vão desde o quantitativo dos investimentos disponíveis e da mão-de-obra até aos próprios métodos de exploração.

A província mereceria um e studo minucioso que incluísse os diversos aspectos e condições dos seus vastos territórios, de modo a estabelecer um sistema de prioridades que assegurasse a realização das empresas mais rendosas do ponto de vista económico e social.

Os objectivos de fixação de brancos podem ser atingidos pelo método usado na Cela, e, neste caso só com dispêndio de elevadas somas de capital, ou pelo desenvolvimento económico de zonas, como o que se descreve adianto, relativo ao esquema Cuanza-Bengo, que exigirá o emprego de brancos em misteres que eles podem desempenhar e ao mesmo tempo dá a certeza da produção de largas quantidades de géneros com mercado assegurado, se a explorarão for realizada ao abrigo das modernas condições cie produtividade.

E sem uma corrente adequada na exportação a província não poderá tomar o desenvolvimento que as suas condições naturais permitem. Os comentários que se publicam a seguir são o resultado de inquéritos feitos junto de pessoas consideradas idóneas nas matérias tratadas. Pretendem apenas, por agora, dar ideia geral de um aspecto importante da economia agrícola e agro-pecuária e estabelecer normas gerais que poderiam ser seguidas em futuros desenvolvimentos.

O rendimento nacional bruto em Angola é derivado em grande parte de produtos da terra, originados essencialmente nu exploração agrícola. As produções agrícolas de maior relevo, além das substâncias alimentícias necessárias à população, resumem-se ao café, oleaginosas, açúcar, algodão e fibras. Apesar das condições consideradas satisfatórias para a agro-pecuária. ou pecuária, os resultados atingidos até hoje têm relativamente pouco valor, considerada em conjunto a economia angolana, que é na verdade paradoxal.

A par da produção agrícola pesam na exportação alguns produtos de origem mineral, como os diamantes, o cobre e o manganês, mas, ti rando os primeiros, ainda são diminutas as produções de minérios, embora haja indícios de melhores resultados no futuro. De outras formas de actividade têm relevo e merecem cuidados especiais a pesca e as indústrias relacionadas do peixe seco, óleos e farinha.