Houve aumento da despesa nos serviços de justiça de 1953 para 1954, a qual se distribuiu pelas diversas rubricas como se nota a seguir:

Foi na despesa das comarcas e julgados que se deu aumento substancial. A despesa dos serviços de justiça tende a subir. A verba de 937 030 contos, que representa o total utilizado pelos serviços de fomento, inclui as dotações dos serviços autónomos - os caminhos de ferro, portos e outros transportes, os correios, telégrafos e telefones e mais. Os dois organismos mencionados têm a despesa de 830 369 contos, deixando para os restantes serviços apenas 106 661 contos.

Os números para os diversos organismos que dependem ou estão relacionados com os servidos de fomento são os seguintes, para 1953 e 1954, em contos:

Como se nota, houve acentuado reforço de dotações em alguns casos. No capítulo «Encargos gerais» há outras verbas que também lhes dizem respeito e uma parte importante das despesas extraordinárias é utilizada em fins de fomento, como se verificará no respectivo capítulo. Nos serviços de obras públicas, com o gasto total de 47 640 contos, as verbas decompõem-se assim:

Em material, as rubricas de maior importância são as de construção de edifícios (6821 contos), construção de pontes (1281 contos), outras construções não especificadas (2214 contos), conservação de móveis (3811 contos), tudo na direcção dos serviços.

Além destas há a considerar a conservação de imóveis em Inhambane (2488 contos), na Beira (4440 contos), em Quelimane (2999 contos), e 3977 contos em Nampula.

Parecem ser baixas as importâncias relativas à construção de novos edifícios, embora Moçambique, neste aspecto, deva ter avanço considerável sobre outras províncias.

As verbas relativas a estradas são de natureza extraordinária - parece que o não deviam ser, pelo menos na conservação e reparação, porque a província neste aspecto necessita de fazer um grande esforço em vista das condições actuais.

Em 1954, por força do orçamento das despesas extraordinárias, gastaram-se na ponte do Pungue 4694 contos, e a dotação do plano de estradas foi de 70 00 0 contos, de que se despenderam 45 765, menos 24 235 coutos do que o autorizado.

Estradas O problema das estradas em Moçambique, como em Angola, é sem dúvida, na actualidade, um dos mais importantes. Talvez se possa considerar até o problema de maior projecção na sua vida económica e social.

A província tem no oceano Indico um lugar privilegiado e de grande relevo. A existência de uma rede de estradas convenientemente construída, e orientada, que ligue o território aos países limítrofes e as suas próprias zonas económicas entre si, é inadiável. O programa de construção deve ser, pois, acelerado na medida do possível.

O relator das contas lamentou a falta de consideração desta necessidade primordial quando foi discutido o Plano de Fomento. Pensa-se que as autoridades provinciais e o Governo Central estão agora no propósito de suprir aquela lacuna de grande relevo, aqui como em Angola e em S. Tomé e Príncipe. A dotação dos serviços agrícolas e pecuários foi n seguinte:

De qualquer modo se pode considerar que as importâncias utilizadas na obra do Limpopo, que serão examinadas adiante, se devam incluir nos serviços agrícolas, visto representarem trabalhos de enxugo, rega e preparação de terrenos. Além destas, não existem outras nas contas relacionadas com a agricultura, nem nas despesas ordinárias, nem nas extraordinárias.

Diversos organismos de coordenação económica utilizam verbas de certo relevo em estudos sobre as possibilidades da província - sobre problemas que necessitam de ser esclarecidos convenientemente, de modo a tornar viável um aumento adequado nas exportações, além da satisfação do consumo interno-, mas julga-se não ser difícil melhor coordenação nesses estudos.

Poder-se-iam repefir para Moçambique as considerações já formuladas quando se tratou de Angola. Parece ser possível maior produção agrícola na província, e de muito mais carne e lacticínios. E algumas experiências realizadas, como a bem conhecida dos citrinos, mostram um esforço louvável no sentido produtivo, com rendimento assegurado dentro de poucos anos.