mente, da visão, competência e dedicação dos que a tiverem de dirigir e executar o que for legislado.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O S. N. I. será a alma e o instrumento dessa política, em razão dos poderes e atribuições que lhe são confiados.

Assegurar e promover a informação e publicidade, dentro e fora do País, num constante contacto com a organização nacional e organismos internacionais, coordenar e estimular as actividades regionais e integrá-las no interesse geral, estabelecer directrizes e exercer fiscalização sobre todas as actividades de interesse turístico, envolve o equacionar e o resolver constante e oportuno dos mais variados problemas em que entra em dose apreciável o sentimento e o interesse, difíceis de medir e satisfazer com justeza e compreensão.

A delicadeza maior da sua missão está no lidar com os organismos regionais e locais, de molde a não tomar o aspecto de intromissão que desgoste e entrave o poder da iniciativa, que é o estimulante da «carolice» regional, a qual tem contribuído para dar expressão e movimento a tanta coisa bela da nossa terra.

A sua acção tem de ser exercida com sentido realista e despida do sabor burocrático para que tendem todos os organismos de feição pública.

Vozes: - Muito bem!

exercício de um comando, por menor ou diluído que seja, implica uma organização burocrática de maior ou menor estrutura e, consequentemente, um encargo discutível.

Isto não será uma grande objecção, mas é preciso pensar no que pode advir dos atritos resultantes de uma duplicação de funções e de autoridade coordenadora.

Não há acção coordenadora sem comando nem bom comando sem pensamento coordenador.

Assim, e ainda pela própria constituição do Conselho Nacional de Turismo e proveniência dos seus componentes, quadra bem a este órgão só a função consultiva pela variedade das actividades e interesses que representam.

A centralização, com intromissão mais directa na vida dos organismos locais, e ainda o desaparecimento das comissões municipais e juntas de turismo onde forem criados órgãos regionais não parece de aconselhar.

Não se deve (recear o controle, quando bem orientado, mas sim a intromissão.

Reconheço a vantagem de um órgão regional como elo de ligação entre as actividades locais de algumas regiões para determinadas actividades turísticas: estabelecimento de itinerários, colaboração nas informações, na propaganda, nos guias e nos transportes privativos, intercâmbio de hóspedes e refeições nos hotéis e restaurantes.

No domínio da administração tem os seus inconvenientes, por poder transformar o bairrismo empreendedor em divergência paralisante, em razão da prioridade dos empreendimentos solicitada ao mesmo tempo por cada zona incorporada.

Eu sou de uma região que tem como nenhuma as melhores condições para a criação de uma regional organização de turismo, mas apenas nos aspectos a que acabo de me referir.

O Algarve é uma região turística demarcada entre a sua serra e o oceano com características próprias e únicas no País.

A sua variedade de paisagens e de atracções turísticas constitui um todo harmónico com a unidade geográfica, étnica e ética.

Está bem servida interiormente por boas vi as de comunicação e meios de transporte.

Com um olhar avista-se de certos pontos das serras do Caldeirão e Espinhaço do Cão quase meia província, no delicioso encantamento de largos horizontes que cantam a sua sinfonia do verde escrita em notas do mais variado e vivo matiz que se esbate e morre junto das ribas vermelhas e amarelas ou areais da costa que o seu mar tranquilo afaga.

Este conjunto de condições naturais e meios, se recomenda uma unidade de acção em determinados ramos da actividade turística, não convida, contudo, a ter como boa uma organização regional que absorva as actuais comissões municipais e juntas de turismo; aconselha, porém, uma coordenação e conjugação de esforços, a efectuar por meio de uma federação regional das comissões e juntas de turismo ou até por simples entendimento entre os homens de boa vontade que estão à frente delas, de modo a facilitar a resolução dos problemas que estejam no âmbito das possibilidades locais e regionais e solicitar a ajuda dos órgãos centrais e do Governo naquilo que esteja para além das suas possibilidades e atribuições.

O Algarve tem de aparecer mais, não se isolar carpindo fatalisticamente a pouca sorte das suas justas aspirações, para que o Governo melhor as reconheça e as possa satisfazer com oportunidade, e as de ordem turística são das mais prementes e urgentes.

As condições naturais do Algarve permitem supor que não é difícil fazer daquela região uma zona de turismo com larga projecção internacional.

Para que assim seja terá que se resolver antes de mais o problema dos hotéis e dos transportes.

Quanto ao primeiro as coisas correm sob os melhores auspícios.

Estão em organização projectos e correm processos para a construção de hotéis na Praia da Rocha, Monte Gordo, Albufeira e Quarteira, acudindo assim a iniciativa particular e o bairrismo algarvio ao apelo do Governo para se melhorar o nosso equipamento hoteleiro.

Tudo conduz a acreditar que o Governo concederá as facilidades e meios que a lei hoteleira permite e o interesse do turismo nacional reclama.

Quanto aos transportes nas suas ligações ferroviárias com o resto do País e com o estrangeiro ainda o Algarve não logrou, apesar dos fundamentados e constantes pedidos feitos, merecer a devida atenção, mesmo para a melhoria que nas actuais circunstâncias se julga possível.