alvoroço que o Mundo viveu a propósito do conflito internacional que foi a guerra civil de Espanha e avivou na nossa recordação a figura extraordinária do general Moscardó.

Efectivamente, a vida do general Moscardó criou páginas que já não são de hoje e o general Moscardó conseguiu neste século de tanto positivismo realizar feitos que pertencem à legenda dourada dos povos antigos e que pareciam já impossíveis de realizar nos nossos tempos, tão faltos de idealismo heróico, sobretudo desde o princípio deste século.

Trazer, portanto, à atenção da Câmara, e o mesmo é dizer perante o País. a figura heróica que foi o general Moscardó é apresentar à Nação e ao povo português um exemplo edificante do que pode representar na vida dos homens e dos povos e na defesa de uma civilização -a do Ocidente- uma figura de unidade moral, inteireza de carácter e fortaleza de ânimo, como a que foi na plenitude do seu labor a do general Moscardó.

Creio que as palavras do Sr. Deputa do Jorge Jardim, correspondendo ao sentimento da Câmara, tiveram o mérito de incitar aqueles que ainda se preocupam com a defesa da civilização a que pertencem a seguir-lhe o exemplo e imitá-lo.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Pinto Barriga: - Sr. Presidente: na sessão de 13 de Abril de 13 de Abril tive a honra de enviar para a Mesa um requerimento cujos termos relembro:

de carácter monetário, com manifestações heterogéneas, com demarcadas deslocações institucionais e estruturais e acompanhadas de grave inquietação contraditória pela existência de diferentes zonas económicas, mas sob pressão inflacionista, outras sujeitas a um regime deflacionista e ainda outras em pleno estado de neutralidade 011 do equilíbrio e estabilização monetários, assim perfeitamente abrigadas, o que parece acarretar um acréscimo aparente e nominal do rendimento nacional, embora com o seu decréscimo real, o que daria, a verificar-se, uma espécie de caricatura de prosperidade geral, com uma bolímia de investimentos cuja apreciação económica terá de se fazer em face do proveito nacional da colocação desses capitais e do seu rendimento; para tanto requeira, nos termos regimentais, me sejam facultados, pelos Ministérios da Presidência, das Finanças, da Economia e todos os demais competentes, as indicações estatísticas da mais recente elaboração e que ainda não tenham s ido publicadas, com referência especial à discriminação dos investimentos, ao comportamento dos consumidores e ao chamado circuito monetário, com insistência particular quanto ao nosso comércio externo e ao problema cambial português, e com esclarecida determinação de reservas economicamente ociosas da poupança lusitana e da velocidade de rotação e de investimento das massas monetárias activas e úteis, sem por isso esquecer os dados estatísticos referentes ao rendimento nacional e ao nível de vida e preços.

Nesse requerimento denunciava toda a minha ansiedade sobre o grave problema do custo da vida. Esse requerimento teve evasivas de resposta. Circunstâncias do actual ano agrícola tornaram ainda mais angustioso o problema.

Essa alta da vida de que todos falam, mas que todos ainda mais sentem, não é só do continente português, manifesta-se também nos Açores, na Madeira e no nosso ultramar, como o podem testemunhar os nossos ilustres colegas que tão dignamente representam essa lídima parte de Portugal.

Pus o problema nesse requerimento com toda a sua amplitude, mas a questão está rediviva pela própria presente crise agrária, que vem reforçar toda a minha ansiedade nele contida.

Peço, pois, ao Governo que, pelos Ministérios responsáveis e competentes, continue a tomar todas as providências necessárias para o enfrentar, como é de justiça reconhecer que o tem feito a Intendência-Geral dos Abastecimentos.

O Sr. Mário de Figueiredo: - Y. Ex.º poderá informar a Assembleia se isso é um caso peculiar português ou um caso geral? Estou a fazer uma pergunta concreta a Y. Ex.ª e gostaria que a sua resposta fosse também concreta.

O Orador: - A alta da vida é um caso geral, quase universal, mas os sintomas da alta portuguesa são diferentes dos das altas nos outros países.

O Sr. Mário de Figueiredo: - Agora queria que V. Ex.ª fizesse o favor de informar a Câmara do seguinte: se esse caso, que é um caso geral, é mais grave ou menos grave em Portugal do que nos restantes países da Europa.

O Orador: - A acentuação da crise nos outros países é indiscutivelmente superior e mais dificulta, por isso mesmo, a sua solução.

O Sr. Mário de Figueiredo: - Era isso que eu desejava ouvir.

O Orador: - Mas o nosso caso tem de ser encarado por todas as nossas possibilidades, tem de ter uma solução portuguesa para as dificuldades portuguesas. E agradeço, como sempre, as interrupções do Sr. Dr. Mário de Figueiredo, que me permitiram expressar mais claramente, o meu pensamento.

Há um outro problema que quero também levantar.

Em tempos fiz um requerimento sobre a fiscalização das sociedades anónimas e acerca de uma lei que foi aqui aprovada e não teve seguimento nem execução.

Releio o requerimento, com o aditamento que posteriormente fiz:

Por ter verificado no exame dos balanços anuais das sociedades por acções, obrigatoriamente publi-