apresenta saldos negativos de milhares de patacas, sendo o maior de 3869 milhares em 1954, devido a ser a colheita do café atingido apenas cerca de metade das colheitas dos anos anteriores.

Vê-se, portanto, que a estatística aduaneira, não acusa progressos económicos na província agrícola de Timor, apesar dos enormes esforços despendidos e da apreciável actuação do Governo local. É que, Sr. Presidente, as devastações da guerra não só exterminaram vidas como também destruíram haveres naquela província mártir.

Não há dúvida de que o novo esforço administrativo se tem acentuado principalmente em promover o desenvolvimento da agricultura, pois esta constitui a base em que assenta a economia timorense; mas temos também de notar que os cuidados administrativos na restauração de Timor se tem estendido a outros sectores.

No ano passado, por ocasião do aniversário da arrancada gloriosa do movimento militar de 28 de Maio, foram inauguradas na cidade de Díli novas instalações no hospital e três moradias no Bairro do Foral. É nessa, ocasião encontravam-se em construção o centro de saúde e a avenida marginal da cidade.

Por aqui se vê o cuidado que se tem dispensado também a saúde pública, ao problema da habitação e à urbanização da cidade de Díli.

Mas podemos ainda ver que a reconstrução de Timor tem de ser levada a outros sectores, sem excluir o administrativo, junto das populações nativas.

Na região do Same, que foi teatro da heróica resistência do régulo de Álvaro, D. Aleixo Corte-Real, os trabalhos realizados em Maio do ano passado previam que começaria brevemente a funcionar mais um posto administrativo da circunscrição do Suro.

Sr. Presidente: terá de ser prolongada e dispendiosa a nossa acção administrativa na província ultramarina, de Timor até se alcançar o objectivo desejado da sua reconstrução e recuperação.

Sr. Presidente: dou por terminadas as minhas considerações acerca da sexta conclusão do pa recer da nossa Comissão de Contas Públicas, que diz respeito às circunstâncias especiais de que se revestem os nossos territórios ultramarinos e às suas dificuldades.

Assim como concordei com as anteriores conclusões do parecer, também dou à sexta a minha inteira concordância.

Ao terminar a minha intervenção devo dizer que me esforcei por interpretar e esclarecer os três documentos importantes - relatório do Tribunal de Contas, relatório do director-geral de Fazenda do Ultramar e parecer da nossa Comissão de Contas Públicas - sobre os quais terá de recair a nossa atenção para darmos cumprimento ao preceito constitucional de tomar as contas às províncias ultramarinas.

E devo dizer mais ainda que as considerações e os reparos que fiz à nossa administração ultramarina podem ficar sem aproveitamento, por serem considerados sem valor; no entanto, quero declarar, Sr. Presidente, que não lhes falta o mérito de serem produzidos com espírito de servir o interesse do ultramar e da Nação e de oferecer colaboração ao Governo.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O :Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão. Amanhã haverá sessão à hora regimental, com a mesma ordem do dia da de hoje.

Eram 19 horas e 13 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Alfredo Amélio Pereira da Conceição.

André Francisco Navarro.

António Calheiros Lopes.

António Camacho Teixeira de Sousa.

Carlos Mantero Belard.

João Alpoim Borges do Canto.

Manuel Maria Múrias Júnior.

D. Maria Leonor Correia Botelho.

Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Abel Maria Castro de Lacerda.

Agnelo Orneias do Rêgo.

Alberto Cruz.

Alexandre Aranha Furtado de Mendonça.

Amândio Rebelo de Figueiredo.

Antão Santos da Cunha.

António Carlos Borges.

António da Purificação Vasconcelos Baptista Felgueiras.

António Raúl Galiano Tavares.

António Russell de Sousa.

António dos Santos Carreto.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Augusto Duarte Henriques Simões.

Camilo António de Almeida Gama Lemos Mendonça.

Carlos Monteiro do Amaral Neto.

Eduardo Pereira Viana.

Ernesto de Araújo Lacerda e Costa.

Herculano Amorim Ferreira.

João Afonso Cid dos Santos.

João da Assunção da Cunha Valença.

João Cerveira Pinto.

Joaquim Mendes do Amaral.

Joaquim de Moura Relvas.

Joaquim de Pinho Brandão.

José Gualberto de Sá Carneiro.

José dos Santos Bessa.

Luís de Azeredo Pereira.

Luis Filipe da Fonseca Morais Alçada.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Maria Sarmento Rodrigues.

Manuel Marques Teixeira.

Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.

Pedro Joaquim da Cunha Meneses Pinto Cardoso.

Sebastião Garcia Ramires.