tivada, podendo ser maior, é ainda tão grande que cega os que, tendo olhos para a ver, os fecham, mantendo na sua provocada ou simulada cegueira um desconhecimento de realidades que não mais poderão apagar-se.

Sr. Presidente: a industrialização, problema da mais palpável actualidade, é também fórmula a adoptar para combate à emigração. A criação de novas indústrias na metrópole e no ultramar, com equipamentos bem actualizados, como algumas das que possuímos, é factor e meio para escoamento dos nossos saldos fisiológicos.

Temos de fomentar a instalação e o desenvolvimento de indústrias que nos forneçam muitos dos produtos que importamos, causando relativa sangria no erário público e particular, desequilíbrio na nossa balança económica, obrigando-nos à exportação do ouro de que necessitamos para manutenção da nossa saúde financeira.

O Estado, nos financiamentos feitos a favor de uma obra industrial de notável relevância, no auxílio dado ao seu aperfeiçoamento técnico para aumento de produção e de riqueza, no melhor aproveitamento da mão-de-obra nacional, no estabelecimento do equilíbrio entre a produção e a procura, numa regularização legal, rigorosamente concebida e estudada, vem demonstrando o interesse ligado à industrialização do País.

Todas estas questões comportam graves e delicados problemas em que a indústria e o comércio têm de colaborar como auxiliares e grandes esteios da obra económica e social que o Estado vem realizando, não isenta totalmente de defeitos, para o bem e para o progresso da colectividade.

Possuímos riqueza agrícola, riqueza hidrológica, detentora de potencial eléctrico do mais alto valor.

Riquezas minerais espalhadas pelo nosso império; três notáveis elementos cujo aproveitamento contribuirá para equilíbrio dos nossos saldos fisiológicos, que não podem nem devem ser reduzidos ou combatidos por formas contrárias à vida.

Não nos faltam meios que nos garantam as mais fortes possibilidades num maior engrandecimento económico a que aspiramos e pelo qual trabalhamos com o maior empenho.

Juntemos a esses meios a industrialização daquelas zonas do País mais pobres e mais carecidas de recursos; daquelas populações que vivem dominadas pela miséria, que sofrem as inclemências da falta do que lhes é indispensável à vida, não possuindo meios de trabalho para poderem adquirir aquilo que necessitam.

E trabalhando em favor de todos, numa melhor repartição de riqueza, pela aplicação de uma justiça social contida na doutrina cristã, dignificando o ser humano na integralidade da sua personalidade, lutamos por um Portugal que, estendendo-se do Minho a Timor, possui recursos suficientes para criar, educar e proporcionar meios de trabalho a todos quantos os procuram nesta Pátria sempre protegida de Deus.

E, Sr. Presidente, para terminar, declaro dar o meu voto ao parecer elaborado sobre as contas de 1954.

Tenho dito.

Vozes : - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

Antes, porém, convoco a Comissão de Política e Administração-Geral e Local para segunda-feira, 23, às 14 horas e 30 minutos, para estudo do projecto de proposta de lei sobre organização geral da Nação para o tempo de guerra.

Amanhã haverá sessão, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 25 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Alexandre Aranha Furtado de Mendonça.

Alfredo Aurélio Pereira da Conceição.

Américo Cortês Pinto.

Antão Santos da Cunha.

António Augusto Esteves Mendes Correia.

António Calheiros Lopes.

António Camacho Teixeira de Sousa.

Carlos Mantero Belard.

Joaquim Mendes do Amaral.

José Dias de Araújo Correia.

José Garcia Nunes Mexia.

Manuel Maria de Lacerda de Sousa Aroso.

D. Maria Leonor Correia Botelho.

Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.

Ricardo Vaz Monteiro.

Venâncio Augusto Deslandes.

Srs. Deputados que faltaram à sessão

Abel Maria Castro de Lacerda.

Agnelo Ornelas do Rego.

Amândio Rebelo de Figueiredo.

António Carlos Borges.

António Júdice Bustorff da Silva.

António Russel de Sousa.

António dos Santos Carreto.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Caetano Maria de Abreu Beirão.

Carlos Monteiro do Amaral Neto.

Eduardo Pereira Viana.

Francisco Eusébio Fernandes Prieto.

Herculano Amorim Ferreira.

João Afonso Cid dos Santos.

João Cerveira Pinto.

Joaquim de Sousa Machado.

Jorge Botelho Moniz.

José dos Santos Bessa.

Luís Filipe da Fonseca Morais Alçada.

Luís Maria da Silva Lima Faleiro.

Manuel Maria Sarmento Rodrigues.

Manuel Marques Teixeira.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Reis.

Pedro Joaquim da Cunha Meneses Pinto Cardoso.

Rui de Andrade.