esclarecer, pura ajudar, uma atitude honesta perante a solução adoptada.

Eu não tinha nenhum empenho em voltar a esta tribuna na posição difícil e trabalhosa de quem apresenta e defende um aviso prévio, não podia ter qualquer empenho em substituir-me ao Sr. Dr. Pinto Barriga, a quem esta Assembleia ouve quase todos os dias fazendo numerosos, minuciosos, prolixo- e confusos requerimentos, que dão às repartições, lautas vezes desprovidas dos funcionários indispensáveis para assegurarem o expediente, um trabalho extenuante, cuja utilidade ainda ninguém viu concretizada num aviso prévio com a amplitude que o número de elementos que requer justificariam, nem sequer numa intervenção pormenorizada, douta, como compete à Mia categoria de catedrático; prática, elucidativa, como compete a um professor.

O Sr. Pinto Barriga: - Eu responderei a V. Ex.ª no meu aviso prévio.

O Orador: - Não tinha efectivamente qualquer interesse em substituir-me a S. Ex.a, mas, ao ver o Governo assediado de críticas injustas e que os requerimentos do Sr. Dr. Pinto Barriga poderiam concorrer, em vez de esclarecer, para tornar mais confusa perante o público a posição deste delicado problema, ao ver, pelo rodar da carruagem, que S. Ex.ª não tinha outro propósito além de aparentar, como sempre, um interesse que não visava senão a sua popularidade pessoal, esquecendo as responsabilidades de quem governa, senti, eu, que sempre tenho assumido corajosamente e tantas vezes a responsabilidade das minhas críticas ao Governo, que não era razoável, nem justo, nem político, não dar a oportunidade a que se debatesse amplamente esta questão, mas clara, mas desassombradamente, acusando quem se julgasse no direito de acusar e defendendo quem, em sua consciência, entendesse que o devia fazer.

Vozes: - Muito bem!

natureza falíveis, mas sucedeu que em todos os países produtores de azeite aconteceu precisamente a mesma coisa.

A Espanha chegou a prever 700 000t, depois 300 000 t e colheu 260 000 t; a Itália chegou a prever 250 000 t, colheu 150 000, e a Grécia chegou a prever 150 000 t e colheu 90 000 t,

Tratando-se de azeite, e dada a marcada diferença de produção entre a safra e a contra- safra que se estimou. tendo em conta as que obtiveram maior rendimento. em .................................55 000 000

e sendo a produção de 1955 de ..... 73 000 000

130 000 000

e a produção do biénio de

1955 de 1956 de há ainda que

Ter em consideração o saldo

135 000 000

O consumo na metrópole e

ultramar anda por cerca de 87

o Sr. Pereira da Conceição: - Pode V. Ex.ª informar como é feita a previsão:

O Orador: - Mês a mês a estatística vai dando as suas impressões sobre o estado das colheitas.

O Sr. Botelho Moniz : - Trata-se de informadores.

O Sr. Moura Relvas : - E como têm os restantes países resolvido o problema ?

O Orador: - De várias maneiras. Uns, misturam-lhe óleo de amendoim, outros, porventura, recorrendo ao mercado livre, o que, tendo como consequência a subida para preços astronómicos, diminui o consumo. Suponho, porém, que essas não são soluções que possam considerar-se igualitárias ou favoráveis para todos os consumidores.

O Sr. Moura Relvas: - V. Ex.ª, Sr. Deputado Melo Machado, referiu-se a dois, factores que concorrem pura o abaixamento da produção do azeite - a mosca e o estado do tempo. Qual considera V. Ex.a, porém, como mais importante?

O Orador: - A seca, evidentemente ...

O Sr. Camilo Mendonça : - Note-se, porém, que a mosca é de certa maneira uma consequência do estado do tempo ...

O Sr. Botelho Moniz : - Desejo apenas chamar a atenção para o facto de os erros de previsão serem em todos os países produtores muito superiores aos nossos. Isso [iode verificar-se .pela comparação entre a previsão e a produção. Assim, a Espanha, que s o maior produtor de azeite, calculava produzir- 700 milhões de litros e apenas obteve 250 milhões.

Em Portugal, que contava produzir 110 milhões, quedou-se apenas em 75 milhões.

Assim, vê-se claramente que a percentagem de erro de previsão foi muito mais reduzida no nosso País.

O Orador: - As contas não suo difíceis de fazer nem complicarias. Ao Governo competia tomar imediatas providências para que o precioso óleo não viesse em dado momento a faltar inteiramente, pois então não faltaria quem o acusasse de imprevidente e de não ter sabido defender o abastecimento público.

O Sr. Carlos Moreira: - V. Ex.ª ao falar de «preciosos» refere-se ao azeite?

O Orador: - Sim, ao azeite.

O Sr. Botelho Moniz: - Na boca dum agricultor «precioso» só .pode ser azeite.

O Sr. Camilo Mendonça : - Na boca de toda a , gente ...