As estimativas da produção relativas á última campanha

Como se referiu nu relatório da Portaria n.º l5 766 a ecassez da última colheita de azeite e a deficiência das previsões efectuadas não constituíram fenómeno isolado registado apenas entre nós, mas situarão generalizada em todos os países produtores.

A fonte informações, extraídas de revistas oleícolas estrangeiras e de dados fornecidos por organismos dos vários países ligados ao sector do azeite, consta da documentação enviada pela Junta Nacional do Azeite à Assembleia Nacional para efeitos do aviso prévio do ilustre Deputado Sr. Doutor António Pinto de Meireles Barriga.

A medida, porém, que a colheita a iniciou e foi decorrendo as perspectivas pioraram extraordinariamente.

A última previsão da Junta Nacional du Azeite, da ordem de 75 milhões de litros, baseou-se no elemento real das cédulas de fabrico enviadas pelos lagares, cujo registo adeusava apenas 70,6, 71,2 e 72.1 milhões de litros, respectivamente em l, 15 e 31 de Março último.

Normalmente as previsões oficiais inserias nas portarias reguladoras das campanhas olivícolas pecam por defeito; desta vez verificou-se o contrário, mas o fenómeno explica-se pela deficiência generalizada que se registou em todas as estimativas. Os próprios olivicultores, apesar da sua experiência ficaram surpreendidos com o erro dos seus cálculos.

Já depois da publicações da portaria n.º 15 766, que autorizou a mistura, se verificaram novas baixas nas previsões. Assim a Tunísia, que contava, ainda recentemente, com 25 000 t, não terá mais de 21 000; e na Turquia as estimativas desceram de 80 000 para 30 000 t. Idênticos erros se verificaram na Espanha, Itália, Grécia e outros países como já foi salientado.

Aliás, como é evidente, as previsões estuo sujeitas à.- correcções posteriores importas, pela realidade, pois se assim não fosse deixariam de ter o carácter de meras expectativas, sempre contingentes.

As graves condições de abastecimento em que foi autorizada a mistura

Conforme se salientou na Portaria n.º 15 766, a mistura foi autorizada a título excepcional e de emergência e determinada por imperiosas exigências do abastecimento público.

A mistura foi proposta ,pelo Grémio à Junta em 7 de Janeiro e só em 18 de Fevereiro o assunto foi apreciado na reunião plenária deste organismo.

Aguardaram-se os elemento» respeitantes ao volume da produção e às existências nas armazenistas, referidas a 31 de Janeiro, na expectativa de a solução poder ser dispensada.

Resistiu-se ao máximo à medida, mas esta, embora desagradável, acabou por se impor como a solução menos inconveniente para o problema do abastecimento.

Com efeito, as cédulas de fabrico, em vi de Janeiro, acusavam apenas 67 milhões de litros - número do qual era de concluir por uma colheita final da ordem de 75 milhões.

A comercialização, por sua, vez, estava a decorrer por forma precária, como resultava do mapa seguinte, relativo à- compras e existências dos armazenistas, refinadores e exportadores:

Nota. - No presente mapa não estuo incluídas as compras e as existências em poder da Junta nas campanhas de 1951-1952 e 1953-1954, provenientes das intervenções directas feitas no mercado.

A situação ainda se tornava mais grave em face das o aprovisionamento da grande massa da população não existências em poder dos armazenistas na referida data, ou sejam aquelas com que se pode contar para o aprovisionamento da grande massa da população não auto- abastecida

O mapa seguinte é elucidativo: