Tratando-se de acudir com este plano a problemas do mundo do trabalho e tendo o desenvolvimento da industria ocasionado no meio rural uma hemorragia -como já alguém lhe chamou-, que progressivamente traz profunda anemia nos meios rurais, bem se compreende a inclusão da população rural neste plano educativo e formativo.

O objectivo do serviço social assim concebido ó a restauração da vida rural, cuja melhor garantia v o desenvolvimento de famílias são, fortes, aptas a desempenhar a sua missão educativa profissional e social.

Há muita tendência para confundir e reduzir o serviço social nos meios rurais às actividades médico- sociais.

Se bem que a acção médico- social seja basilar e constitua um trampolim da sua actividade, o serviço social nos meios do trabalho rural é mais e é diferente dos serviços de higiene social em meios rurais.

Além disso, o serviço social rural não é também e apenas um serviço social familiar. Tem de partir da família, sim, mas para a ultrapassar, para chegar à comunidade rural.

Assim, a assistente social rural tem de ter a preocupação de actuar sobre o meio, não se esquecendo nunca de que a vida rural é um todo. Terá sempre de ter em couta, em todas as circunstâncias, as influências que o meio exerce sobre o homem: evolução económica e técnica da região, costumes, tradições locais, todas as forças vivas do meio. A assistente social, aí como na empresa, tem de ser uma presença intimamente incorporada no meio.

Creio que outro não é o programa das Casas do Povo - essa magnífica instituição do corporativismo português que queremos ver restaurada, reconduzida à doutrina que a informou, liberta de imposições, dinamizada

pêlos ideais de valorização das pessoas e do meio rural, pois só para isso foi criada.

Sr. Presidente: pretendendo dar uma ideia de actuação do serviço social corporativo e no trabalho, não falei em técnicas, não esquematizei programas, não apontei estruturas. É que o serviço social ó, como já tive ocasião de dizer desta tribuna, mais um espírito do que uma técnica. Ou se quisermos, é uma técnica ao serviço dum espírito que tende a valorizar o homem, respeitando-o na sua dignidade, encaminhando-o pura os seus fins naturais e sobrenaturais.

Já alguém disse que no relógio do Mundo uma nova hora soou. Nós ouvimo-la, Sr. Presidente, e nesta revolução que resta ainda fazer, que é a revolução d<> século XX o serviço social tinha o seu lugar. Ele pode deve ser um dos melhores obreiros. Sê-lo-á na medida em que se conserve fiel à sua missão, na medida em que o Estado e a sociedade o ajudarem a cumpri-la. E isso que esperamos com esta proposta de lei, e cuja aprovação na generalidade dou o meu voto.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado!

O Sr. Presidente: - Interrompo a sessão por uns minutos.

Eram 17 horas e 30 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 18 horas.

O Sr. Presidente: - Está na Mesa uma proposta de substituição das bases XXIII e XXIV, subscrita pelos Srs. Deputados Almeida Garrett. Augusto Cancella de Abreu e Francisco de Melo Machado. Vai ser lida.

Foi lida. É a seguinte:

Proposta de substituição das bases XXIII e XXIV:

A realização do Plano serão destinadas contribuições provenientes de verbas anualmente inscritas no Orçamento Geral do Estado e comparticipações dos organismos corporativos, bem como de instituições dependentes do Ministério das Corporações e Previdência Social, as e outras em fada ano indicados pelo Conselho Corporativo, que fixará o quantitativo daquelas comparticipações.

O Sr. Presidente: - O debato continua na sessão de amanhã. Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 5 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

António Calheiros Lopes.

Elísio de Oliveira Alves Pimenta.

Manuel Maria Múrias Júnior.

D. Maria Margarida Craveiro Lopes dos Beis.

Pedro de Chaves Cymbron Borges de Sousa.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Abel Maria Castro de Lacerda.

Adriano Duarte Silva.

Agnelo Orneias do Rego.

Alberto Pacheco Jorge.

Alfredo Amélio Pereira da Conceição.

Amândio Rebelo de Figueiredo.

Antão Santos da Cunha.

António Bartolomeu Gromicho.

António dos Santos Carreto.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Augusto Duarte Henriques Simões.

Gaspar Inácio Ferreira.

Gastão Carlos de Deus Figueira.

Jerónimo Salvador Constantino Sócrates da Costa.

João Afonso Cid dos Santos.

João Alpoim Borges do Canto.

João Carlos de Assis Pereira de Melo.

João Cerveira Pinto.

Joaquim de Moura Relvas.

Joaquim de Pinho Brandão.

Jorge Botelho Moniz.

José Gualberto de Sá Carneiro.

José dos Santos Bessa.

Luís de Azeredo Pereira.

Manuel Cerqueira Gomes.

Manuel Maria Sarmento Rodrigues.

Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.

Pedro Joaquim da Cunha Meneses Pinto Cardoso.

Ricardo Vaz Monteiro.

Urgel Abílio Horta.