A quebra verificaria na exportarão da mancarra não resulta de unia menor produção. Há que considerar as quantidades industrializadas, as que foram exportadas descascadas, portanto com menor peso, e ainda as que só em Janeiro de puderam ser exportadas por terem excedido o para a metrópole que vigorou em 195Õ. Para esta quebra contribui também o menor preço médio de exportarão da mancarra, que em 1955 foi inferior por terem sido mais baixas as cotações obtidas nas exportações para o estrangeiro.

Os cambiais resultantes das exportações da Guiné são a sua quase única fonte de coberturas. Em 1955 os que foram recolhidas pelo Fundo Cambial totalizavam 102:124.202$75 e as transferências autorizadas importaram em 103:982.140$08, transitando para o ano seguinte o saldo de 637.965$71, contra o de 2:495.903$04 que viera do ano anterior.

Os cambiais entrados foram, deste modo, insuficientes para fazer face às importações e outros encargos da província. Ás grandes quantidades de arroz, mancarra e coconote existentes em armazém, num total que, segundo várias informações, se estimou em 30 000 coutos em 31 de Outubro de 1953, constituiriam, todavia, um valor suficiente para suprir as carências do ano findo, se a sua colocação tivesse sido feita.

O valor das exportações de há anos para cá não vem acompanhando o crescimento das importações. Calcula-se que em 1955 o saldo negativo da balança comercial se eleva a 20 000 contos, resultante não só do aumento populacional, como também do elevado número e vulto das obras realizadas e em curso, na sua maior parte promovidas pelo Estado.

A acumulação de produtos por vender, o acréscimo da população não indígena e a realização de obras de certo vulto criaram, assim, um problema de transferências.

Prontas medidas, aliás, foram tomadas pelo Governo da província, elevando de 50 para 70 por cento o montante dos cambiais a entregar pelos exportadores ao Fundo Cambial. Por outro lado, pelo Governo Central obteve-se a colocação na metrópole de importantes quantidades de produtos. Assim se obteve a melhoria da situação cambial da província.

Segue-se um quadro sobre o movimento de cambiais no quadriénio 1952-1955.

(ver tabela na imagem)

Na apreciação destes números há que notar o facto de o comércio ter beneficiado na distribuição dos cambiais pela circunstância de o Estado ter satisfeito um substancial volume dos seus compromissos na metrópole com o produto dos empréstimos aqui concedidos por intermédio do Fundo de Fomento Nacional, mas a partir de 1959, quando começar a satisfazer esses empréstimos, o Fundo Cambial terá de se ressentir, concedendo cambiais ao Estado para as suas necessidades, com as naturais repercussões para o comércio.

Segundo informação da província, não houve até agora necessidade de se tomarem medidas restritivas quanto às importações a fazer de territórios nacionais, mas quanto ao estrangeiro, como a importação se faz através de boletins de registo, estes são apreciados pela Comissão Reguladora de Transferências, que verifica em pormenor a essencial idade dos artigos a importar.

De facto, o problema é deveras delicado, porquanto, além de tudo o mais, há dois factores importa ntíssimos a considerar: o bom nome da província na satisfação dos seus compromissos externos e o reflexo na arrecadação dos rendimentos aduaneiros, os quais representam valor de peso no orçamento geral da província. Tomé e Príncipe

Situação da tesouraria - Comparação com a situação em 31 de Dezembro de 1953 e 1954 Os quadros a seguir mostram a posição da tesouraria em 31 de Dezembro de cada um dos anos de 1953, 1904 e 1955:

(ver tabela na imagem)

Posição do fundo de reserva - Comparação com os anos de 1953 e 1954 A província possui um fundo de reserva, que se encontra depositado em operações de tesouraria e está totalmente realizado em moeda provincial. Não se têm realizado quaisquer operações por couta desse fundo, que assim indica a mesma posição de igual data de 1954:459.463$39 de crédito sobre a caixa do Tesouro.