(...) sujeitas a qualquer acção da Administrarão na província. O consumo nacional não absorve senão pequena parte da produção da província, e esta, no conjunto mundial, não tem projecção que lhe marque lugar destacado, e, consequentemente, acompanha as flutuações internacionais. Somente beneficia, e de certo modo, na qualidade dos produtos e da sua aceitarão naqueles mercados.

O maior valor económico e o que mais expressão tem no conjunto da exportação da província é o cacau. E é precisamente com este produto que se passa o que acabamos de dizer.

O quadro que segue mostra-nos exactamente a posição do comércio externo da província nos últimos quatro anos, com indicação dos respectivos saldos da balança comercial:

(ver tabela na imagem)

Como se vê, pelo que respeita à importação, manteve-se em 1955 o nível de igualdade com o ano anterior e sem grandes afastamentos da média dos últimos anos.

Outro tanto não sucedeu com a exportação, que foi inferior em 86 588 contos, ou seja cerca de 35 por cento menos que em 1954. O saldo da balança comercial de 1955 foi o mais baixo que se registou na província, podemos dizer, desde 1950. As causas desta baixa foram principalmente duas: menores quantidades exportadas dos seus mais ricos produtos e mais baixa rotação do cacau.

E interessante o quadro seguinte, em que se põe em confronto a distribuição que houve dos saldos pelos diversos territórios fornecedores e compradores, dando-nos assim a posição da balança de pagamentos em relação aos últimos quatro anos:

(ver tabela na imagem)

As percentagens referem-se às exportações sobro as importações. A metrópole tem vindo marcando acentuada posição negativa na balança de pagamentos, o que equivale a dizer-se que compra à província apenas uma parte correspondente ao valor do que para ela exporta, e que é representado na percentagem indicada, a qual exprime a medida em que as exportações cobrem as importações. O saldo positivo em 1932 que aparentemente traduz uma posição inversa, não corresponde de facto ao que se indica. E a causa remota disto é o facto de até 1945 se terem feito através da metrópole todas as exportações, isto é, os produtos eram na sua maioria encaminhados paru a metrópole e posteriormente reexportados para o estrangeiro, perdendo-se na província o controle dos destinos dos mesmos. Assim, figurava a metrópole com quotas que, efectivamente, não comprava nem consumia.

Hoje já assim não sucede, porque grande parte da exportação - mais de 80 por cento - é feita em navios estrangeiros e dire ctamente para os países compradores, o que permite conhecer-se com maior exactidão a posição da balança de pagamentos. E verifica-se que o comércio com a metrópole está a encaminhar-se para uma posição de equilíbrio, que no ano de 1955 quase atingiu a igualdade, isto é, os fornecimentos que fez são sensivelmente aproximados, em valor, aos produtos que adquiriu.

As províncias ultramarinas portuguesas mantém posição de há muito constatada, isto é, é quase nulo o valor das compras que fazem à província. Daqui a permanente posição deficitária, que respeita sobretudo às relações comerciais com Angola - as que destacadamente marcam no conjunto. Aliás, tal ordem de coisas explica-se pelas características especiais dos respectivos territórios, onde não existem indústrias laboradoras dos produtos de S. Tomé e Príncipe.

Quanto aos países estrangeiros, a percentagem de 1955 desceu muito em relação aos anos anteriores, embora ainda favorável à economia da província. Como se disse já, não só foram menores as quantidades dos produtos exportados como também foram mais baixas as respectivas cotações.

Vejamos agora as tendências do comércio externo, atentando nos quadros que seguem, elaborados tendo em vista a distribuição dos produtos pelas seis classes da nomenclatura estatística da importação e pauta estatística da exportação:

(ver tabela na imagem)