Aponta-se seguidamente a origem do produto nacional bruto, ao custo dos factores, por sectores de actividade, em 1955.

Produto Interno bruto do custo dos factores

(ver quadro na imagem)

Produção agrícola As estimativas das principais produções agrícolas em 1956 situam-se, com poucas excepções, a nível superior ao verificado no ano anterior.

Estimativa de algumas produções agrícolas em 1956 (a)

(ver quadro na imagem)

As excepções referidas respeitam ao vinho, azeite, batata de sequeiro e fava.

A produção do primeiro excede todavia em 9 por cento a média do último decénio, embora seja agora de admitir uma quebra em relação ao previsto, por virtude das condições meteorológicas verificadas após a última estimativa.

Não obstante essa quebra, não parece de admitir o saneamento da economia do sector, ao longo da presente campanha, pelo que gora de admitir ainda larga intervenção da Junta Nacional do Vinho, a que se têm proporcionado os meios monetários indispensáveis à execução da política que prossegue.

Esta campanha é, para o azeite, de contra-safra; por isso, a previsão feita, a verificar-se, corresponderá à maior contra-safra registada nos últimos anos.

No seu conjunto, se opusermos a produção agrícola de 1956 à de 1955, os resultados da comparação serão satisfatórios. Todavia, já o mesmo não acontece se se proceder em função da média decenal das respectivas produções - dos doze produtos considerados no quadro III apenas a produção de cinco ul trapassa essa média.

A evolução da agricultura metropolitana continua, assim, a processar-se dentro de características que não tem sido, até hoje, possível dominar, a despeito dos esforços despendidos.

Ao olhar a marcha de certos indicadores, como a utilização de fertilizantes e a mecanização do trabalho, verifica-se notável melhoria, a revelar a acção dos serviços oficiais competentes. Mas quando se comparam os níveis nacionais de utilização de adubos e de mecanização com os da maioria dos países europeus toma-se consciência da imperiosa necessidade de acelerar o ritmo de recuperação do atraso em que nos encontramos.

A solução do problema da nossa economia agrícola não pode, evidentemente, tentar-se à margem do esquema traçado para uma expansão equilibrada da economia geral. Tem, por isso, de aguardar a verificação de certas condições em sectores que lhe são estranhos.

Apesar disso, a correcção de muitos dos aspectos fundamentais do problema poderá pro sseguir e a ritmo mais rápido. A dimensão média da propriedade e o atraso da técnica são dois desses aspectos. Quanto a este último, já na presente Lei de Meios se anuncia um passo decisivo para a sua solução na medida em que esta depende do Estado - a melhoria da qualidade e do volume da assistência técnica oferecida à lavoura. O movimento nosonecrológico dos nossos gados evoluiu desfavoravelmente: nos sete primeiros meses do ano, tanto o número de animais atacados como o de mortes excede o do ano anterior. Deve, porém, notar-se que a comparação é agravada pela influência da mixomatose, que atingiu praticamente todo o País; na verdade, ela é responsável por 70 por cento das mortes verificadas. A par desta, outra epizootia grave se declarou este ano: a febre catarral dos ovinos (vulgarmente conhecida por «língua-azul»).

Para além destes aspectos específicos, o estado sanitário dos gados continua a ser altamente influenciado por parasitoses, que, não provocando, em geral, a morte os animais atingidos, não permitem, todavia, tirar deles o rendimento devido.

Apesar da acção de ordem geral que se vem desenvolvendo, nomeadamente a campanha para o melhor aproveitamento dos nossos efectivos pecuários, e das medidas de emergência tomadas para debelar os males referidos, a que não tem faltado o indispensável apoio financeiro, o nosso património pecuário continua a sofrer depreciação muito sensível, que urge sustar.