Variação percentual do volume de produção

(ver tabela na imagem) A indústria de lacticínios, mercê de circunstâncias várias, continua a não satisfazer as necessidades do consumo, não porque a sua capacidade produtiva máxima tenha sido atingida, mas por dificuldades na obtenção do leite e de diferenças de preço nos produtos finais. Teve assim de recorrer-se à importação de manteiga estrangeira para regularização do mercado interno.

A resolução da crise que atravessa o nosso armentio e os necessários ajustamentos de preços dos produtos que integram a economia do sector darão contributo decisivo à regularização e expansão deste ramo da produção. Na indústria de conservas de peixe o ano de 1955, no seu conjunto, decorreu em boas condições. A procura muito activa dos mercados compradores, impulsionados pela baixa de preços, fez com que a exportação atingisse o valor excepcional de 62 000 t, das quais 51 500 t de sardinha, o que permitiu colocar a produção do ano e escoar os stocks existentes. Todavia, já no último trimestre de 1955 a produção diminuiu sensivelmente, não atingindo 50 por cento do trimestre correspondente do ano anterior.

Exportação de conservas em azeite ou molhos

(ver tabela na imagem)

Também no decurso do 1.º semestre de 1956 a produção continuou em ritmo mais atenuado, por virtude da diminuição sensível que, à excepção da do biqueirão, se verificou na pesca.

A situação, todavia, melhorou bastante nos dois primeiros meses do 2.º semestre: a partir do primeiro dia de Julho a pesca abundante de atum e carapau, e verdadeiramente excepcional de cavala, alterou con-sideràvelmente as perspectivas de produção; também a partir desse mês aumentou a produção de conserva de sardinha, tendo atingido 5120 t em Agosto, volume apreciável, se bem que inferior em cerca de 20 por cento ao do mês correspondente do ano anterior.

As perspectivas actuais são, pois, as de um ano normal no que respeita a conservas de atum e carapau, e muito bom no que se refere a filetes de biqueirão e cavala.

A produção de conserva de sardinha, segundo os elementos de que até agora se dispõe - e se outros motivos não vierem nos próximos meses prejudicar a laboração, nomeadamente a falta de azeite e óleo, que neste momento inquieta a indústria -, deverá atingir nível normal. A indústria de moagem de ramas recebeu, no 1.º semestre de 1956, 36 830 t de trigo, contra 25 345 t no mesmo período do ano anterior. Este aumento explica-se, em parte, pela diminuição do consumo de pão de milho, diminuição a que não é estranho o facto de os preços do milho continental e ultramarino terem sofrido desde 1942 aumentos superiores aos do preço do trigo.

A maior laboração de trigo e de centeio foi acompanhada da instalação de novas fábricas, que, trabalhando estes cereais nas proximidades dos locais de consumo, facilitam o abastecimento das populações e evitam os custos de transporte. Esta indústria dispõe, na verdade, de um grande número de unidades, com tendência para aumentar, embora se verifique também um número elevado de unidades inactivas. No 1.º semestre do ano corrente instalaram-se mais 26 unidades, perfazendo-se assim um total de 2130 fábricas de moagem de ramas.