Diversas fábricas de moagem de milho e centeio com peneiração mecânica estão procedendo à modernização do seu equipamento fabril, o que permitirá a produção de farinhas de boa qualidade e o aumento do seu consumo nas regiões tradicionalmente consumidoras. À indústria têxtil de lanifícios mantém-ae na situação que a caracterizou no ano anterior. A produção não encontra colocação total, pelo que crescem os stocks e se dilatam os prazos dos créditos.

Continuou, no entanto, no 1.º semestre o reapetrechamento da indústria. O consumo de matérias-primas revela uma descida na lã nacional de 1800 t, no 1.º semestre de 1955, para 1400 t, em igual período do ano corrente, e uma subida na lã estrangeira, em idênticos períodos, de 1100 t para 1217 t.

O grau de utilização da capacidade produtiva instalada desceu em todos os sectores, à excepção dos fusos de penteados, não obstante verificarem-se acréscimos na produção, tanto de fios como de tecidos.

A indústria de lanifícios, que hoje, e quanto à qualidade da sua produção, pode sujeitar-se ao confronto com os bons fabricos da indústria estrangeira, precisa de se organizar e deliberadamente se lançar na conquista dos mercados externos. Terá para isso de encarar alterações, talvez profundas, da sua estrutura, nomeadamente no que se refere à dimensão das empresas e à automação, mas apresenta indiscutíveis condições de concorrência.

O Ministério das Finanças tem olhado e continuará a olhar com o maior interesse todos os pedidos que lhe sejam apresentados de isenção de direitos nas matérias-primas a importar com destino à produção para exportação. A indústria têxtil algodoeira continua a sentir dificuldades. A necessidade de maior utilização das ramas exóticas e a subida de preço das ramas ultramarinas veio afectar ainda mais a sua situação. O consumo metropolitano e ultramarino inantém-se estacionário, mas as exportações para o estrangeiro acusam um decréscimo apreciável.

No 1.º semestre deste ano foram importadas menos 2000 t de algodão ultramarino do que em idêntico período do ano anterior; em contrapartida, a importação de ramas exóticas aumentou de 1200 t. Em consequência da falta de algodão português e dos preços do algodão estrangeiro, subiram os consumos de desperdícios de algodão, de fibrana e de outras fibras artificiais ou sintéticas. Paralelamente, diminuiu a produção de fio de algodão e subiu a de fios mistos de algodão e fibras artificiais ou sintéticas.

Na produção de tecidos o panorama é idêntico: diminuição nos artigos de algodão e aumento nos tecidos mistos.

As alterações ver ificadas no sentido do desaparecimento do écart entre os preços do algodão exótico e do algodão ultramarino começam a pôr em foco os graves problemas técnico-económicos que afectam a estrutura desta indústria; o perigo de perda dos mercados externos é visível e, a verificar-se, as suas repercussões não só afectarão um importantíssimo sector da produção e o equilíbrio económico de certas regiões do País, como atingirão, sensivelmente, a própria balança comercial da metrópole.

E este um sector da produção em que podemos e devemos ter condições de concorrência logo que se proceda - e os estudos estão em curso - à sua reorganização técnica e económica. A exportação de cortiça atingiu em 1955 o seu apogeu, com um valor que ultrapassou 1700 000 contos.

A extraordinária valorização deste produto determinou, como reacção, o incremento do consumo de sucedâneos, cujas consequências não são desde já perfeitamente determináveis, mas relativamente às quais não pode deixar de se estar atento.

A produção no 1.º semestre do ano corrente foi menor que a de igual semestre de 1955.

Embora o seu nível seja ainda apreciável, a queda na exportação de Janeiro a Agosto foi de aproximadamente 25 000 t em volume e de cerca de 200 000 contos em valor. Na indústria de pasta de papel, papel e cartão verificaram-se sensíveis acréscimos na produção, embora as quantidades fabricadas estejam ainda longe da produção correspondente à utilização plena da capacidade produtiva instalada.

No sector da pasta para papel a produção excede já as necessidades do consumo interno, embora se tenham ainda de importar certos tipos que se não fabricam.

Os preços das matérias-primas mantêm-se ultimamente estacionários, pelo que não são de prever oscilações no mercado.

Como índice do progresso deste sector, é de registar o facto de nos primeiros oito meses a exportação ter excedido a de período idêntico do ano anterior em mais de 14 000 contos. O quadro das principais indústrias químicas é o seguinte:

ntes e, por outro, o elevado custo a que a indústria nacional continua a produzi-los não permitiram ainda ao Ministério da Economia anular os largos subsídios que concede à indústria.

Ácido sulfúriço. - A produção de ácido sulfúrico está a efectuar-se com elevado grau de utilização da capacidade produtiva e, portanto, em boas condições de rendimento. A actividade deste sector depende da produção dos superfosfatos e do amoníaco e está limitada pelas condições de abastecimento das matérias--primas. Como em relação a todos estes factores se têm verificado condições propícias, resulta uma situaçíio favorável para a indústria.

Sabões. - A actividade desta indústria desceu ligeiramente no 1.º semestre e, dada a diminuição do consumo, subiram os stocks. A concorrência de sucedâneos está a fazer-se sentir neste sector e atingirá indirectamente a indústria de óleos. Com efeito, o consumo de detergentes aumentou grandemente a partir de 1955: nesse ano as vendas ult rapassaram 1000 t -o triplo do ano anterior-, que foram substituir mais de 3000 t de sabão.