Petróleos. - Continua a expansão da indústria de refinação de petróleos: no 1.º semestre o acréscimo de produção, em relação a idêntico período do ano anterior, foi de 5 por cento. Dentro do quadro das nossas indústrias não pode o presente relatório deixar de assinalar, com o merecido destaque, o início da fase de execução do programa relativo à indústria siderúrgica. A produção de energia eléctrica continua a acusar progresso, tendo alcançado de Janeiro a Agosto deste ano mais 179,5 gWh que no mesmo período de 1955:

(ver tabela na imagem)

As previsões da produção para este ano fixam o montante provável da produção em 2125 gWh, ou seja mais 242 gWh que no ano passado:

(vert tabela na imagem)

Este ano não será inaugurado qualquer novo aproveitamento hidráulico, mas em 1957 deverão entrar ao serviço os da Paradela e Picote.

Quanto à produção de gás houve um certo acréscimo no 1.º semestre de 1956 relativamente a Janeiro-Junho de 1955, pois se produziram mais 4 012 OÜO m3.

Consumo e preços

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Dentro dos índices de preços por grosso e no período considerado, o grupo «Bebidas e tabacos foi o que teve maior aumento ( + 5,7 por cento), seguido pelos grupos «Alimentação» ( + 4,9 por cento), «Combustíveis e lubrificantes» (+4,3 por cento), «Produtos manufacturados» ( + 3,7 por cento) e «Produto da indústria química» (+2,7 por cento).

No que se refere aos índices de preços no consumidor, em Lisboa foi o grupo «Alimentação» que teve maior alta (+5,7 por cento) e no Porto o grupo «Habitação» (+8,3 por cento); a «Alimentação» acusa um acréscimo de 3,8 por cento.

Tomando-se para exame o índice do Instituto Nacional de Estatística verifica-se serem particularmente acentuadas as variações nos produtos alimentares de origem animal ( + 10,4 por cento no continente) e terem os produtos de origem vegetal descido 0,5 por cento, o que situa o acréscimo dos preços dos produtos alimentares em cerca de 5,2 por cento.

Os índices das rendas das habitações por tipos de conforto acusam aumentos em todas as classes à excepção do tipo A. onde se verificam diminuições, tanto em Lisboa (-1,2 por cento), como no Porto (-0,3 por cento). São vários e de todos conhecidos os meios por que entre nós se tem procurado travar a alta de preços: a sua fixação, a concessão de subsídios à produção e a compra de certos produtos, para os quais se julga aconselhável a adopção de tais medidas. Estão neste caso os adubos, o açúcar de proveniência estrangeira, o trigo para consumo das populações insulares, o milho para forragens, a carne e a manteiga importadas, os combustíveis sólidos e líquidos, o algodão em rama, os óleos para o fabrico de sabões, os óleos comestíveis do ultramar, etc.

Para fazer uma ideia da importância deste aspecto da política de intervenção nos preços tenha-se em conta que a mesma deve representar uni encargo, em 1956, de centenas de milhares de contos.

Todavia, e não obstante a firmeza da política seguida, circunstâncias imperiosas obrigaram, em 1955 e 1956, a modificações no preço de alguns produtos tabelados.

Em 1955 a carne de vaca, a carne de vitela e a carne de carneiro sof reram alterações de preços, que em 1956 tiveram um novo acréscimo.

Também a manteiga e o leite industrial tiveram o seu preço alterado para mais em 1956.

Por motivo de duas colheitas muito abundantes, o preço do arroz baixou este ano.