Para além da aplicação rigorosa da lei sobre altas especulativas e do reforço do controle eobre os preços, deve pôr-se a necessidade de corrigir vícios na distribuição em sectores onde a margem dos intermediários seja porventura excessiva.

Na tendência que se esboça não têm qualquer acção os factores de ordem financeira: a balança de pagamentos apresenta um diminuto saldo; por outro lado, tem-se procurado exercer uma acção coordenada regulando os saldos da tesouraria e procurando manter a expansão do crédito dentro de limites prudentes.

Investimento A estimativa elaborada em Julho para o relatório da O.E.C.E. previa um acréscimo do investimento em 1956 de cerca de 270 000 contos - a preços constantes de 1954. Deste aumento, aproximadamente 75 por cento seriam efectuados pelas empresas, cabendo o restante ao investimento público. As taxas de crescimento do investimento privado e público seriam, assim, respectivamente de 3,3 por cento e 7,5 por cento. Esta diferença não altera, porém, praticamente, a participação do investimento público no investimento total, que se mantém ao redor de um sexto. Se olharmos de perto os investimentos abrangidos pelo Plano de Fomento, a análise global da sua realização permite verificar que os atrasos registados não são tão grandes como a análise anual pode levar a supor, dado que muitos dos projectos que se não efectivaram no ano previsto se vão realizar em períodos seguintes.

Na verdade o quadro XI demonstra que para o triénio 1953-1955 o programa revisto previu um investimento da ordem dos 4 904 400 contos e que na realidade se efectuaram financiamentos no valor de 4 320 000 contos e dispêndios efectivos de 4 020 400 contos. A percentagem dos financiamentos é assim de 88 por cento e a dos dispêndios de 82 por cento.

Programas e efectivações financeiras do Plano de Fomento para a metrópole

(ver tabela na imagem)

No fim de 1955 estavam por utilizar: dos financiamentos de 1953, 22 289 contos; dos financiamentos de 1954, 207 094 contos, e dos financiamentos de 1955, 70 087 contos.

Note-se, porém, que nesse período certos empreendimentos exigiram um aumento das verbas inicialmente previstas. Ao excesso do financiado sobre o despendido (299 470 contos) devem acrescentar-se essas dotações suplementares, no montante de 60 054 contos. Do Plano de Fomento previsto para a metrópole em 1956, num montante total -de 2 282 286 contos, estavam financiados apenas 683 338 contos, ou sejam 29,9 por cento da previsão total.

Como, aliás, já se referiu, as previsões têm sido objecto de alterações sucessivas, tendo o programa geral de 1956 passado de l 855 700 contos (27 de Maio de 1955) para 2 282 286 contos em Agosto último.

E pouco provável que a previsão seja completamente realizada, pois a quatro meses do fim do ano existem muitas verbas a movimentar, com a agravante de o despendido estar aquém do financiado na importância de 102 586 contos.

Execução do Plano de Fomento para a metrópole durante o ano de 1956 (até 31 de Agosto)

(ver tabela na imagem)