Evolução da situação bancária

(Em milhares de contos)

A expansão do crédito no período considerado é ligeiramente inferior à que se verificou no período homólogo do ano anterior.

A diferença é mais significativa nos empréstimos do que na carteira comercial.

A situação este ano é, porém, diversa, pois o aumento total dos depósitos à ordem permitiu que a expansão se efectuasse recorrendo em muito menor grau às reservas de caixa, enquanto que no ano transacto a contracção dos depósitos à ordem tinha originado uma redução de mais de l milhão de coutos nessas reservas.

Ao analisar separadamente a situação dos bancos comerciais e das caixas económicas verifica-se que aquelas conclusões resultam de movimentos diversos: enquanto que a expansão do crédito pelos bancos comerciais se realizou u custa das reservas de caixa - embora em menor volume do que no ano findo, por ter sido agora menor a contranção dos depósitos -, as caixas económicas puderam também dilatar o seu crédito, vendo simultaneamente aumentadas as suas rese rvas de caixa, dado o acréscimo dos seus depósitos à ordem.

Algumas reflexões sobre o desenvolvimento Não pode negar-se que a intensificação do desenvolvimento económico do País venha sendo de há muito constante preocupação do Governo. Depois de ter encontrado solução para questões previas e prejudiciais ao êxito de qualquer tentativa de progresso, é em 1935, com a Lei de Reconstituição Económica, que verdadeiramente se inicia o processo.

E, ainda que não possamos sentir-nos satisfeitos - a tarefa de alargar a riqueza nacional nunca um governo poderá dá-la por finda -, foi indiscutivelmente muito o que de então para cá se realizou; o verdadeiro valor desse esforço só se avalia com rigor quando se tenham em couta as características da conjuntura política, económica, social e cultural em que se alicerçou a fase de arranque: luta contra a inexistência de uma infra-estrutura capaz, contra a ausência do técnica e de dinheiro e até contra as propensões, os hábitos e a mentalidade.

Muitos destes factores adversos não estão ainda totalmente dominados, mas a experiência dos anos passados e a enorme contribuirão positiva que no progresso do País ela ofereceu constituem, sem d lívida, as realidades diferentes em que hoje -se quisermos ter o nível que possibilita a renovação dos últimos trinta anos - deve assentar a formulação de soluções de mais vasta envergadura e a sua execução a ritmo que corresponda às justas aspirações de melhoria da vida.

Um processo de desenvolvimento económico dificilmente permite a obtenção de resultados espectaculares em curto prazo, mesmo quando esse processo se desenvolve numa economia atrasada. Isto não quer dizer que se não reconheça a possibilidade de alterar as características do processo actual de desenvolvimento de modo a criarem-se as verdadeiras condições não só para um aproveitamento total dos recursos existentes, mas também para a intensificação do ritmo de renovação dos sectores que mais rapidamente possam contribuir para uma elevação real do nível de vida.

Decorre um Plano de Fomento e já outro activamente se prepara.

As lições colhidas ao longo da execução do primeiro, as perspectivas que este veio abrir e as recentes tendências da conjuntura interna e internacional consentirão, certamente, que o novo Plano de Fomento traduza já uma visão integral do problema do desenvolvimento e se proponha a realização de objectivos de repercussão, no nível geral de vida, mais directa e imediatamente apreciáveis.

O problema da aceleração do desenvolvimento comporta, porém, dificuldades que na sua resolução impõem extremos de cuidado e de ponderação. Não se duvida que certas correcções à distribuição dos rendimentos permitirão, só por si, activação do consumo, e trabalha-se nesse sentido com a prudência e a intensidade que o problema requer.

Mas a elevação do consumo ao nível desejado só poderá resultar de um aumento da capacidade produtiva.

O círculo vicioso que senipre se forma em torno das economias atrasadas haveremos de quebrá-lo pela intensificação do investimento, pois é à escassez do capital, relativamente à mão-de-obra. que se deve fundamentalmente a fraca produtividade do trabalho nacional. A orientação do Orçamento Geral do Estado e, de uma maneira geral, a formulação da política financeira não podem ser estranhas aos condicionalismos, do desenvolvimento, já porque tem de garantir a execução do Plano de Fomento em curso, já porque lhe compete preparar em muitos aspectos as bases em que assentará a expansão futura - dentro e ao lado dos novos planeamentos.

As notas que se seguem procuram dar conta da atitude que norteia a actuação do Ministério quanto a algumas das determinantes do progresso económico.

A assistência técnica O problema do desenvolvimento económico não é só o da realização do progresso gradual de uma economia, mas também e sobretudo o da aceleração do seu