se avaliar a importância da obra já realizada, pode-se imolar o seguinte:

Em estudos, aquisição de terrenos e obras de hospitais centrais e regionais despenderam-se as seguintes importâncias, em arredondamento:

Contos

Por conta das verbas de outras entidades.......... 7 750

ou sejam cerca de 35 719 contos, a que ainda há a acrescentar os subsídios concedidos pelo Ministério do Interior.

Tudo isto é produto duma actividade espantosa e de um auxílio extraordinário, esforço que o Governo tem realizado com um sentido profundamente cristão e humano, procurando atender às necessidades dos que sofrem e, ao mesmo tempo, melhorar o valor económico do homem, do trabalhador, do que precisa, aumentando--lhe o seu tempo útil de trabalho, proporcionando-lhe mais confiança e mais alegria e facilidade de viver.

Pena é que se verifique uma lacuna no funcionamento de toda esta grandiosa obra realizada no sector hospitalar, e que é a resultante da falta da construção e equipamento dos hospitais regionais.

Parece que dificuldades várias, o entre elas dificuldades económicas das Misericórdias, não permitiram a construção de novos hospitais regionais, como convinha que se fizesse, pois só eles estarão, quando devidamente apetrechados, em condições de realizar uma importante parcela da assistência hospitalar do País.

Não é possível esperar dos hospitais sub-regionais uma grande e extensa assistência especializada, apegar da grande dedicação e competência dos médicos que servem abnegadamente os referidos hospitais. Em número geralmente reduzido, vivem em meio que não lhes permite manter uma especialização perfeita em cada um dos sectores em que é necessário actuar. Só em geral nos meios maiores é possível fixar médicos que, especializados devidamente, possam constituir equipas completas onde não faltem serviço de raios X, análises, transfusões, agentes físicos, anestesias e clínicos e cirurgiões.

A construção destes hospitais regionais é indispensável, e eles podem, de uma maneira geral, servir uma extensa zona, com competência e economia, aliviando os hospitais centrais, pletóricos e excedidos, ficando estes reservados apenas aos casos mais difíceis e de mais alta especialização. Deste modo, melhorarão as condições de assistência hospitalar em geral e fixar-se-ão nos hospitais regionais médicos especializados competentes, onde fazem falta o onde serão muito úteis os seus conhecimentos.

Ao contrário do que muita gente pensa, o número de médicos em Portugal não é excessivo - cerca de para 1 300 habitantes; simplesmente se encontram muito mal distribuídos, acumulando-se principalmente em Lisboa. Porto e Coimbra, mesmo considerando-se que são meios universitários.

Este reparo sobre a insuficiência da construção e equipamento dos hospitais regionais consta do parecer da Câmara Corporativa relativo ao projecto de proposta de lei n.º 510. agora em discussão, o que apraz verificar, por saber quanto importa resolver o problema dos hospitais regionais.

Estes e outros pormenores do problema assistêncial, como a falta de pessoal de enfermagem, certamente que em breve serão devidamente considerados e resolvidos, dado o grande interesse que ao Governo vera merecendo a assistência em todas as suas modalidades, e em especial ao Sr. Ministro do Interior, que tem presentemente junto de si o Sr. Dr. Melo e Castro, ilustre membro desta Assembleia Nacional, que, com uma dedicação sem limites e uma competência e preparação excepcionais, com ele colabora como Subsecretário de Estado da Assistência Social.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

mariamente a alguns capítulo - que mais prenderam a minha atenção.

No campo da economia europeia, e, fundamentalmente, nu domínio dos países membros da Organização Europeia de Cooperação Económica, a tendência para a integral liberação do comércio, ou a organização de um mercado comum, tal como foi ideado nas conferências de Messina e Veneza pelos seis países membros da O. E. C. E., pode causar-nos apreensões.

O estudo e comentários a esta política estão inteligentemente esclarecidos no magnífico relatório a que me refiro, pelo que me limito a pôr em relevo apenas as repercussões que no nosso país e à sua débil economia pode trazer o triunfo desse movimento.

Prudentemente, e com clara visão dos factos, o Ministro das Finanças lança um apelo às forças produtoras da Nação para que despertem e não minimizem a gravidade dos problemas que lhes saio postos, mobilizando toda a sua capacidade de realização para alcançarem no mais curto prazo, um nível de eficiência que lhes permita resistir ao embate que muito possivelmente, e em futuro próximo, terão de sofrer.

Mas, para que esse movimento surta efeito e se torne realidade, se não imediata, pelo menos a curto prazo, julgo indispensável que o Governo da Nação enverede afoitamente por uma política de franca elevação dos níveis de vida, e esta deverá imediatamente actuar nos meios rurais, aqueles que mais nitidamente apresentam um estado de debilidade económica que os torna factor quase nulo como elementos de consumo, do que resultam produções de baixo nível, que anulam as mais animosas tendências de reapetrechamento no campo industrial.

Este, como bem aponta o relatório, implica altos investimentos de capital, de que no geral a indústria carece, sem falarmos mesmo na execução imediata de um plano de automatização, mais caro ainda, e que os níveis de salários, pelo menos por agora, não justificam totalmente.

O mesmo documento não deixa de apontar o facto notório da exiguidade dos nossos mercados internos, onde devemos apoiar qualquer movimento de expansão de produção, com vi-ta ao abaixamento do preço de custo dos produtos laborados.