figuram: o açúcar e o álcool, os vinhos, os lacticínios, a obra de vime e ainda outras de menor importância. Entre as indústrias que trabalham produtos importados e destinados ao consumo insular, temos a considerar: a moagem, o fabrico de massas alimentícias, a panificação, a cerveja, o tabaco e a borracha.
Aproveitando a habilidade e a paciência duma abundante mão-de-obra feminina, tomou grande desenvolvimento a indústria dos bordados, a qual influi conside-ràvelmente na economia das famílias rurais.
É a exportação destes artigos e de alguns produtos agrícolas, entre os quais se destacam a banana e o vinho, que, conjuntamente com o dinheiro remetido pelos emigrantes, maior contribuição oferecem para assegurar as precárias condições económicas em que vivem os seus habitantes.
Porém, a indústria para cuja actividade a ilha da Madeira apresenta condições excepcionais é o turismo.
São o seu clima moderado e uma orografia rica de contrastes, com uma vegetação variada, tendo sempre presente o mar imenso, em sua volta, que proporcionam aos seus visitantes os atractivos que a todos prende e encanta.
Para que o turismo se desenvolva e progrida é fundamental ter hotéis com a capacidade necessária, mas para que estes se mantenham é indispensável existirem comunicações regulares. É o problema das comunicações que está na base da resolução de todos os outros relacionados com o turismo.
Postas estas considerações, concluímos pela urgente necessidade de construir um aeródromo na Madeira e de estabelecer uma carreira regular de navegação marítima entre Lisboa e o Funchal. Sr. Presidente: é de importância fundamental a existência dum aeródromo que permita realizar com regularidade as carreiras aéreas. Os Madeirenses sempre manifestaram o desejo de ver construído na sua ilha um aeródromo, embora seja também considerada a necessidade de construir um outro de recurso na ilha do Porto Santo.
Na sessão desta Assembleia de 20 de Abril de 1956 fiz uma referência a este importante melhoramento, nos seguintes termos:
A culminar a satisfação das necessidades de maior interesse para o desenvolvimento do turismo, temos a construção dum aeródromo. E um problema que tem dificuldades importantes a vencer, mas, considerando o elevado interesse do Governo e do ilustre Ministro das Comunicações e a atenção que na Direcção-Geral da Aeronáutica Civil dedicam a este assunto, creio que oportunamente a Madeira será servida.
São consideráveis os benefícios que a actual carreira de hidroaviões tem trazido para a Madeira, mas a regularidade das carreiras assegurada com o aeródromo tem um interesse superior. Este interesse é de tal ordem que há poucos anos, sendo algumas agências de viagens de Nova Iorque consultadas sobre a forma de canalizar para a Madeira os turistas americanos, foi unânimemente respondido que enquanto não houvesse uma carreira regular de aviões era escusado pensar no assunto.
O Exmo. General Gomes de Araújo manifestou sempre todo o empenho na realização de tão importante melhoramento e a Junta Geral do Distrito do Funchal, que tem prestado toda a colaboração à Direcção-Geral da Acronáutica-Civil, fará tudo quanto lhe seja possível para facilitar e tornar realidade uma obra tão valiosa.
Em Junho último esteve na Madeira uma missão de técnicos da referida Direcção-Geral, que sentiram bem a importância da sua missão e ao estudo deste difícil problema dedicaram especial cuidado, o qual tem sido acompanhado com toda a boa vontade pelo tenente-coronel Luís Tedeschi Bettencourt.
É um problema que está a ser equacionado e sentimos que o seu estudo prossegue. Por isso, a seu tempo será resolvido, e, uma vez definida a localização do aeródromo, teremos de lhe dar todo o nosso apoio, procurando que a sua realização seja breve, evitando-se demoras inúteis e prejudiciais.
Sr. Presidente: outro tanto não podemos dizer da carreira de navegação marítima entre Lisboa e o Funchal. Esta carreira é tão necessária como o aeródromo e a existência duma não dispensa o outro; os dois completam-se.
Pelos serviços da Junta Autónoma dos Portos do Arquipélago da Madeira foi possível reunir elementos que me permitem apresentar o seguinte mapa, onde se pode observar o movimento marítimo e aéreo de passageiros embarcados e desembarcados no porto do Funchal, com destino a Lisboa e provenientes deste mesmo porto, no ano de 1956:
(ver tabela)