A excelente posição que desfruta no Atlântico e as aptidões de gente industriosa têm permitido recursos, embora, às vezes insuficientes, para a sua vida modesta.
Nos últimos anos iniciaram-se trabalhos de desenvolvimento de algumas fontes de produção e parece ser possível melhorar apreciavelmente as actuais condições. Talvez que algumas pequenas indústrias baseadas em recursos naturais pudessem auxiliar as actividades das ilhas.
Os excessos de população emigram para países da América Central e do Sul e ultimamente Angola e S. Tomé e Príncipe - onde há falta de mão-de-obra - têm absorvido bastantes cabo-verdianos. Fazem-se actualmente esforços no sentido de intensificar a emigração para territórios nacionais e parece ser esta uma boa solução para os excessos demográficos. A saída de emigrantes e a sua instalação nas províncias onde vão exercer as suas actividades devem ser auxiliadas convenientemente, de modo a evitar dificuldades de adaptação.
Mas, de qualquer modo, serão sempre os recursos internos o principal esteio da vida económica da província. Por isso se devem intensificar os esforços no sentido de promover, além de melhores comunicações dentro de cada ilha e entre elas, o bom aproveitamento das áreas cultiváveis, que necessitam de irrigação, dadas as variações extremas de um clima errático em matéria de chuvas.
Parece terem já sido coroadas de relativo êxito algumas das iniciativas nesta matéria e estão em vias de andamento projectos de arborização, tão necessária na província e tão difícil de realizar em solos áridos.
Comércio externo
Em 1953 houve um saldo positivo de 20 734 contos. Mas foi passageiro. Embora o déficit de 1955 esteja longe do volume dos de alguns anos anteriores, ele é, contudo, sensível.
A balança comercial depende dos anos agrícolas. Quando as colheitas são fracas, quase sempre por falta de chuvas, há necessidade de importar grandes quantidades de substâncias alimentícias. Estas importações avolumam os saldos negativos, porque há ainda
enfraquecimento nas exportações, devido às mesmas causas.
Em 1955 as importações foram de 336 415 contos - quase menos 100 000 contos do que no ano anterior. As exportações desceram para 278 975 contos - menos 147 511 contos do que em 1954.
As cifras para diversos anos constam do quadro que segue, em milhares de contos:
(Ver quadro na imagem)
Pesa consideràvelmente, tanto na exportação, como na importação, o consumo de combustíveis sólidos e líquidos servidos à navegação que toca no porto de S. Vicente.
Parece terem baixado muito os fornecimentos em 1955, porquanto só o que se exportou em 1954 desta matéria foi mais do que o total das exportações em 1955.
O porto de S. Vicente aparece assim como um instrumento activo na economia da província. Um acréscimo na sua actividade pode melhorar apreciavelmente a balança de pagamentos, além de alargar a esfera de emprego de uma população a crescer.
O cálculo da capitação dá um resultado, para uma população aproximada da ordem dos 170 000 habitantes, que se avizinha da dos 2.000$ na importação s ultrapassa os 1.000$ na exportação.
Quer dizer: na actividade orçamental da província durante o ano de 1955 os empréstimos contam por 29 000 contos e os recursos próprios, formados pelas receitas ordinárias e outros, comparticiparam com cerca da 65 000 contos para um total de aproximadamente 94 000 contos.
O elevado recurso ao empréstimo, totalmente concedido pela metrópole, foi devido a obras e outras apli-