Estas são as importações de mais de 50 000 contos. É de notar a preponderância dos tecidos de algodão e até de seda e do material para caminhos de ferro e transportes - perto de 360 000 contos em 1955. E nos automóveis não se inclui a importação de peças, que se elevou a perto de 35 000 contos, nem a gasolina, com cerca de 40 000 contos.

De modo que o problema das importações em Moçambique continua a ser um problema de crescimento. A tendência continuará a ser para aumento e porventura o acréscimo acentuar-se-á nos dois últimos capítulos: o das máquinas e manufacturas diversas.

A metrópole e as restantes províncias ultramarinas contribuíram com cerca de 30 por cento das importações - um pouco mais de 27 por cento a metrópole-, mas o saldo negativo proveio, em grande parte, do estrangeiro. A Inglaterra ocupa o primeiro lugar, com um pouco menos de 15 por cento ido total, e é seguida pela Alemanha (13,27 por cento), União da África do Sul (12,23 por cento) e Estados Unidos da América (8,10 por cento).

A importância da Alemanha, com 361 000 contos, aparece nas importações em quase todos os territórios portugueses - na metrópole, como em Angola e Moçambique, mas outro tanto se não dá com as exportações. Ora aquele país é grande importador de matérias-primas e substâncias alimentícias de origem exótica, como café, chá, óleos e outros. Parece haver necessidade de chegar a um acordo, de modo a melhorar a balança de comércio.

A influência da metrópole exerce-se sobretudo na importação de tecidos de algodão e vinhos. A descida na exportação justifica-se pelo declínio das cotações. A província necessita de fazer um esforço no sentido de reduzir o seu déficit comercial, aumentando e diversificando o volume da sua produção.

Nos últimos anos as exportações foram como segue:

As baixas foram pequenas e não teriam influência de maior se o nível das exportações fosse mais elevado.

A província exporta essencialmente matérias-primas, que em 1953 atingiram 70 por cento do total. A percentagem baixou para 61 por cento em 1955. A seguir, na lista do que produz para venda no estrangeiro, estão as substâncias alimentícias: o açúcar, a castanha de caju e o chá ocupam os primeiros lugares.

No quadro que segue discriminam-se as exportações dos últimos dois anos, por ordem de grandeza, em contos.

Num total de exportações da ordem dos 1 528 000 contos em 1955 os sete produtos acima enumerados representaram perto de 1 300 000 contos. A pequena gama de produções indica um mal económico, pelo que conviria tentar alargá-las. Há casos, como o do amendoim e outros de importância que talvez pudessem auxiliar a balança do comércio.

A metrópole e as restantes províncias ultramarinas consumiram cerca de 40 por cento das exportações. O açúcar, o algodão em rama e, em menor escala, as oleaginosas constituem a parcela mais importante das exportações para a metrópole, que, por larga margem, é o melhor cliente de Moçambique, visto ter importado em 1955 cerca de 676 500 contos.

Segue-se à metrópole, em grau de importância, a União da África do Sul, com. 14,7 por cento (250 000 contos), e a índia, com 7,5 por cento (127 400 contos). Neste último caso predomina a castanha de caju, que ali é transformada e reexportada para os Estados Unidos da América.

Outros importadores de certo relevo são a Inglaterra, com 119 000 contos (7 por cento), e a França, com 91 000 contos (5,4 por cento), só depois vindo a Alemanha, com 54 600 contos (3,2 por cento). O déficit com este país atinge, pois, uma cifra muito grande, tal como acontece noutros territórios portugueses. O déficit de Moçambique com a Alemanha foi superior a 300 000 contos.

Balança de pagamentos Apesar do saldo negativo da balança de comércio, que pelos valores aduaneiros atingiu cifra superior a 1 milhão de contos em 1955, a balança de pagamentos tem apresentado saldo positivo.

No fim da guerra os saldos da posição cambial andavam à roda de 405 200 contos. Desde esse ano a evolução da posição cambial foi como segue: